I SÉRIE — NÚMERO 8
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O serviço público pode construir-se para além do Estado, mas jamais haverá serviço público se for feito
contra o Estado e contra os interesses das populações, com a singular perspetiva do benefício dos privados,
com receita garantida e paga pelos impostos dos portugueses.
Quando o PS assumiu a responsabilidade de governar, com o apoio da esquerda parlamentar, se havia
objetivo no centro da ação política era o de voltar a fortalecer o Estado para que se pudessem recuperar os
níveis de prestação do serviço público.
Foi assim que se reabriram 20 tribunais encerrados e foram admitidos 380 magistrados e 400 oficiais de
justiça.
Foi assim que se programou um investimento de 450 milhões de euros em infraestruturas e equipamentos
para as forças de segurança.
Foi assim que se admitiram mais de 1000 operacionais, se adquiriram 250 viaturas e 7 meios aéreos para o
dispositivo de combate a incêndios.
Foi assim que se fortaleceu a rede diplomática, com 57 novos trabalhadores, se modernizaram os serviços,
se promoveu o ensino de português no estrangeiro e se abriram 31 novos gabinetes de apoio ao emigrante.
Foi assim que se voltou a apostar nas Lojas de Cidadão, com 17 novas lojas, se criou a morada única digital,
o IRS (imposto sobre o rendimento de pessoas singulares) automático, o Simplex + e o Espaço Empresa.
Foi por isso que se voltou a investir na Carris, nos STCP, no metro de Lisboa, no metro do Porto e nas
esquecidas Transtejo e Soflusa.
Foi assim que se retomou o investimento na ferrovia, com eletrificações e reabilitações, e está em marcha
um plano que assegure o fornecimento de material circulante suficiente para as necessidades do País.
Aplausos do PS.
Foi por isso que se extinguiu o regime de requalificação e mobilidade especial, se limitou o uso, pelo Estado,
de trabalho precário e se eliminaram as restrições de contratação na Administração Pública, ao mesmo tempo
que se repunha o horário de trabalho de 35 horas semanais, se repunham salários e se descongelavam
carreiras.
Foi assim que se reforçou a capacidade do SNS, com a contratação de 7500 novos profissionais, se abriu
concurso para novos médicos especialistas, se reduziram as taxas moderadoras, foram criadas 24 novas USF
(Unidade de Saúde Familiar) e está aprovada a construção de 79 centros de saúde.
Lançámos ainda o programa nacional para a coesão territorial e estamos apostados na descentralização de
competências, que coloca os serviços mais perto das pessoas.
Em três anos, fizemos isto e muito mais e ainda tanto falta fazer. A nós, no PS, não nos basta pôr em marcha
o País que a direita colocou em suspenso, interrompendo esta grande obra que se chama Portugal.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, inscreveram-se dois Deputados para formularem
pedidos de esclarecimento. Como pretende responder?
O Sr. Luís Moreira Testa (PS): — Sr. Presidente, irei responder em conjunto.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Assim, tem a palavra, para formular pedidos de esclarecimento
em nome do Grupo Parlamentar do CDS-PP, a Sr.ª Deputada Ana Rita Bessa.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Luís Testa, o debate de hoje tem como
tema a avaliação da qualidade do serviço público e gostaria de me concentrar no caso da educação.
Como o Sr. Deputado ainda agora nos acusou, a nós, CDS, e à direita em geral — como, aliás, diariamente
—, de termos destruído a escola pública, propunha-lhe que fôssemos percorrer alguns indicadores que aferem
a qualidade da escola pública desde 2015 até aqui. E pedia-lhe alguma paciência para os números que lhe vou
trazer.