I SÉRIE — NÚMERO 11
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mínimo? Claro que estão! Mais, sendo hoje as condições do País e da economia melhores do que aquelas que
existiam em 2015, hoje estamos em condições de ir além do que ficou acordado nessa altura e de ter um
aumento do salário mínimo que vá além dos 600 €, que era o patamar mínimo a partir do qual estamos a fazer
esta discussão.
Na nossa opinião, estamos em condições de um aumento que vá para além dos 600 €, e creio que nisso
convergimos com o PCP. Resta saber se o Governo converge connosco.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Francisco Lopes.
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado José Soeiro, é evidente que,
pela evolução da realidade nacional, o aumento do salário mínimo nacional para os 650 €, que propomos, não
é só uma necessidade para os trabalhadores que trabalham não tendo os meios necessários para sair da
pobreza, como é também um contributo para a dinamização da atividade económica, para o progresso do País,
para a criação e emprego. Não é apenas uma afirmação, é a realidade dos últimos anos no nosso País que
mostra isto, com toda a clareza, e derrotou a tese que nos encaminhava sempre para o atraso e para o
retrocesso.
Importa também referir que, ao longo destes anos — e lá está mais uma vez a questão da concertação social
—, foi utilizada a concertação social e os valores propostos e estabelecidos pelo Governo como um patamar
máximo para travar o aumento do salário mínimo nacional. Mais uma vez isso se está a verificar. Verificou-se
no ano passado, quando se impunha que se tivesse já adotado os 600 €, e mais uma vez se perspetiva essa
discussão para o próximo ano, utilizando os 600 € como um teto máximo quando é necessário um outro tipo de
resposta, é necessário avançar já para os 650 € de salário mínimo nacional. É indispensável que se siga este
caminho.
Sr.ª Deputada Joana Barata Lopes, vejo que três anos depois ainda não consegue lidar com a realidade
política do País.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Os senhores é que escreveram! Eu só li o que os senhores
escreveram!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — Ainda está saudosa da cavalgada, que estavam a pensar continuar, de
agravamento da exploração, de pobreza, de retrocesso social, de afundamento do País, mas o povo português
criou as condições para que esse caminho fosse interrompido,…
O Sr. António Filipe (PCP): — Exato!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — … para que se avançasse no progresso, no sentido humanista do
progresso, de forma muito insuficiente, de forma muito limitada, mas que aponta qual é o caminho necessário
para o País e que é o oposto àquele que o PSD e o CDS desenvolveram quando estiveram no Governo.
Importa referir ainda que, relativamente às questões essenciais dos direitos dos trabalhadores, há aqui
opções que estão colocadas. Falou — e bem, aliás, felicito-a pelo facto de ter citado o nosso projeto de resolução
e naquilo que disse tem inteira razão — de décadas de política de direita, de convergência do PS, do PSD e do
CDS,…
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Não, não! Lá não diz «PS»! Esqueceram-se!
O Sr. Francisco Lopes (PCP): — … em sucessivos Governos, com consequências muito graves na situação
do País.
Mas há alguma alteração: o PS está no Governo, o PCP não está no Governo,…
Vozes do PSD: — Ah!…