13 DE OUTUBRO DE 2018
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já em 2015, depois de a troica ter saído de Portugal, Pedro Passos Coelho reiterava essa sua ideia de que era
fundamental baixar o salário mínimo. Está escrito e convém aqui recordá-lo.
Aplausos do PS.
Sr.as e Srs. Deputados, isto serve para recordarmos uma coisa que, às vezes, a história nos faz esquecer: o
PSD e o CDS usaram a troica como argumento para validar a sua própria política. Quiseram ir sempre além da
troica…
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Muito bem!
O Sr. Luís Soares (PS): — … e, se não fosse o PS, talvez hoje tivéssemos cortes permanente no rendimento,
cortes nas pensões e ainda mais privatizações, como é o caso da segurança social.
Aplausos do PS.
E, Sr.as e Srs. Deputados, aquilo que aconteceu em 2015 com António Costa, com o Governo do Partido
Socialista, foi precisamente começar a provar-se que a afirmação de Pedro Passos Coelho em 2013 e em 2015
era falsa e profundamente errada.
O aumento do salário mínimo, que, nestes quatro anos, chegará a cerca de 20%, deu-se sempre com o
Partido Socialista. Foi também com o Governo do Partido Socialista que, entre 2006 a 2010, mais se aumentou
o salário mínimo em Portugal. É esta a marca do Partido Socialista! Foram mais 95 € para todos os
trabalhadores, mais emprego, mais crescimento, mais exportação, mesmo que isso vos faça ficar zangados.
Há ainda, Sr.as e Srs. Deputados, dois aspetos que eu gostaria de aqui referir sobre a governação dos últimos
três anos em matéria de valorização do salário mínimo.
O primeiro é o de que esta é uma opção política do Partido Socialista — …
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Muito bem!
O Sr. Luís Soares (PS): — … estava no Programa do Governo, estava na posição conjunta e está no terreno!
As pessoas sentem-na, os trabalhadores sentem-na!
Protestos do PSD.
Por muito que custe a muitas bancadas, o segundo aspeto que gostaria de deixar tem a ver com a forma
como este salário mínimo tem vindo a ser aumentado. O diálogo é relevante, porque este aumento do salário
mínimo nunca, mas nunca, foi feito à custa de outros direitos sociais dos trabalhadores, nem pelo aumento da
precariedade, nem pelo aumento da jornada de trabalho, nem pela facilitação dos despedimentos. O aumento
do salário mínimo é uma opção e não pôs em causa esses mesmos direitos.
Sr.as e Srs. Deputados, se outra razão não houvesse para esta maioria, mas principalmente para este
Governo liderado pelo Partido Socialista, estar em funções, o simples aumento do salário mínimo era razão mais
do que suficiente.
Por isso, queria de recordar algo que distingue a governação atual daquela que a antecedeu. Portugal, hoje,
não é mais um País dos governantes que citavam a Irlanda, a França e outros como casos de sucesso quando
diminuíam o salário mínimo. Não! Portugal é, hoje, um farol de esperança na Europa — basta olhar para os
nossos vizinhos espanhóis, que perceberam rapidamente os erros cometidos no passado, pois não funcionou a
austeridade, não funcionou a recessão económica, não funcionou o corte dos salários, não funcionou o choque
fiscal.
O aumento do salário mínimo é uma conquista deste Governo que ostentamos com orgulho. Deve prosseguir
porque é justo para os trabalhadores, deve prosseguir porque é justo para a economia, mas, sobretudo, deve
prosseguir porque é bom para Portugal.