13 DE OUTUBRO DE 2018
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PCP sabem de que lado estarão: do lado dos trabalhadores, da defesa dos seus direitos e do desenvolvimento
do País.
Aplausos do PCP.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra a Sr.ª Deputada Wanda Guimarães.
A Sr.ª Wanda Guimarães (PS): — Sr. Presidente, agradeço às Sr.as Deputadas Isabel Pires e Rita Rato
pelas questões que me colocaram e que vão permitir um maior esclarecimento.
Começando pelo papel da concertação social, tema que daria para um debate muito mais alargado, diria, já
agora, que a concertação social, no ano que a Sr.ª Deputada referiu, serviu para que os trabalhadores não
tivessem um horário de trabalho de mais meia hora por dia e serviu também para que não se liberalizassem
completamente os despedimentos, como estava previsto na proposta de Memorando de Entendimento.
Eu sei que estas coisas da política, muitas vezes, nos apaixonam, o que é bom, mas não nos devem
apaixonar para além da verdade. É que o salário mínimo estava inscrito no Programa do Governo do Partido
Socialista e o acordado com o Bloco de Esquerda foi um aumento do salário mínimo nacional, faseado, para os
600 €, em 2019.
Nesta senda, aproveito também para responder à Sr.ª Deputada Rita Rato, dizendo-lhe que não está aqui
em causa o que eu defendo ou o que eu entendo; está em causa — e assumo! — aquilo que é a política do
Partido Socialista e as medidas do Partido Socialista. Portanto, isto não é pessoal, nem sou eu que estou em
causa.
Já agora, devo dizer-lhe que é verdade que considero que 650 € não é um montante exagerado, mas também
considero que as empresas não são homogéneas e, portanto, mais do que querermos «dar um passo além da
perna», devemos perceber quais são as consequências que poderia haver para o tecido social português.
Nós estamos completamente irmanados, se quiserem — e não retiro a expressão —, com as preocupações
do Partido Comunista, o que temos é outro caminho. E, neste caminho, não tenho dúvidas nenhumas de que
não é ao Parlamento que cabe a decisão. De facto, e conforme está consagrado, o salário mínimo nacional deve
ser discutido em concertação social, devem ser ouvidos os parceiros — é assim que se deve fazer — e depois,
obviamente, a decisão não é do partido A ou do partido B, a decisão é do Governo de Portugal, que neste
momento é do Partido Socialista.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Filipe Anacoreta Correia, do Grupo
Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. Filipe Anacoreta Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: O salário mínimo é um
importante instrumento de combate à pobreza e constitui, infelizmente, um contributo fundamental para um
número significativo de famílias portuguesas.
É nessas famílias que devemos pensar quando discutimos o aumento do salário mínimo e é por respeito, em
primeiro lugar, às suas circunstâncias de maior vulnerabilidade que se exige seriedade e responsabilidade.
Não, um debate sobre o aumento do salário mínimo não pode ser um «número» parlamentar ou mediático.
Não pode, em circunstância alguma, representar um aproveitamento partidário, uma instrumentalização
qualquer do sofrimento, da vulnerabilidade, da pobreza de quem visamos com este debate. Um debate sobre
esta matéria exige seriedade e responsabilidade.
Seriedade: seriedade é que se diga, em verdade, ao que vimos, e neste capítulo o discurso do PCP não
cumpre os mínimos.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!