18 DE OUTUBRO DE 2018
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Aplausos do BE.
Uma visão que rompe, é verdade, com uma perspetiva do Estado mínimo, que serve apenas e só para
reparar as injustiças dos privados, de um Estado para pobrezinhos e um mercado para todos os outros. Essa
era a visão da direita, não é aquela que está a ser construída agora.
O Sr. Jorge Costa (BE): — Muito bem!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Apostar num Estado social, que tem sido retraído numa matéria
fundamental até para uma transição energética, que é a mobilidade. E, por isso, gostaria de acrescentar que a
mobilidade das pessoas é uma preocupação real deste Orçamento do Estado, com passes de transportes que
trazem para o século XXI uma política de mobilidade que ainda estava refém do passado. Sabemos que a direita
não percebe isto, não compreende, porque, no seu léxico, a única coisa que existia, quando tocava a transportes,
era privatizar, cortar, aumentar custos e sempre, sempre, sempre atacar a mobilidade das pessoas.
Ora, estamos em sentidos contrários, Sr.as e Srs. Deputados, e as pessoas sentirão na pele, numa relação
entre Estado central, as áreas metropolitanas e as comunidades intermunicipais — o poder próximo das pessoas
—, como é possível ter políticas justas, capazes de fazer a diferença.
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, este é um Orçamento do Estado que cuida, também, daqueles e daquelas que
têm sido tão fragilizados ao longo do tempo: as crianças, a pobreza no nosso País.
Por isso, há uma coragem de investir onde a direita cortou, no abono de família, alargando o seu impacto,
dizendo que todas as crianças são merecedoras do apoio do Estado por si, por direito próprio, porque é assim
que vemos o futuro do nosso País.
Política social, Srs. Deputados, é isto, política social são estas escolhas!
Aplausos do BE.
Mas há um debate que já sabemos que a direita trará sempre, que é o debate sobre a carga fiscal. O PSD
repete à exaustão que a carga fiscal aumenta, não percebendo, não querendo perceber ou, então, ignorando
que, aumentando a economia, aumentando o emprego, é natural que, mantendo a carga fiscal, aumente a
receita fiscal.
Vozes do CDS-PP: — Não percebe nada!
A Sr.ª Assunção Cristas (CDS-PP): — Percentagens, Sr. Deputado!
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Mas nós sabemos, Sr.as e Srs. Deputados, que se estivesse a direita no
poder, este IRS não permitiria um alívio fiscal de cerca de 200 milhões de euros em 2018, mais 200 milhões de
euros em 2019. Não!
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o tempo de que dispunha, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Vou já terminar, Sr. Presidente.
Se fosse esta direita, iria rapar bem fundo no salário dos trabalhadores, com uma carga fiscal como todos
conhecemos do «legado Gaspar», seguido por Maria Luísa Albuquerque.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Não é essa a nossa escolha e é por isso que este Orçamento é bem
diferente.
Aplausos do BE.