I SÉRIE — NÚMERO 13
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O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Para que fique claro, e tendo em
conta a descrição feita pelo Sr. Deputado Hugo Costa, queria dizer que o CDS tratou da Lei n.º 45/2018 de forma
séria e a respeitar os interesses dos envolvidos.
O Sr. BrunoDias (PCP): — Alguns!
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Estou até convencido de que o Partido Comunista Português, o Partido
Socialista, o Partido Social Democrata, o setor do táxi, o setor das plataformas e todas as outras entidades que
ouvimos durante o ano também o fizeram de forma séria.
Estou também convencido de que o Sr. Presidente da República, quando analisou e vetou a Lei, também o
fez de forma séria e ponderada.
Portanto, o Sr. Deputado não deve vir dizer que estamos perante uma lei que não foi feita de forma séria,
ponderada e que não respeita os interesses que estão envolvidos, que são, de facto, diferentes, embora tenham,
aqui e ali, pontos de contacto.
Sempre dissemos — aliás, como referem decisões dos tribunais e acórdãos dos tribunais superiores — que,
havendo um modelo de negócio diferente, tem de ser tratado de forma diferente e que, apesar de não configurar
serviço de táxi, tem alguns aspetos de contacto. Diz o Sr. Presidente da República que é preciso equilíbrio, e
nós tratamos desse equilíbrio.
O Sr. BrunoDias (PCP): — E vai daí…?!
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Por isso é que o CDS, mesmo antes de a Lei ser votada e antes do veto
presidencial, apresentou um projeto de resolução que visava aquilo que o setor do táxi solicitava para a sua
modernização.
O Sr. BrunoDias (PCP): — Moeda de troca, não!
O Sr. HélderAmaral (CDS-PP): — Não está lá tudo, mas VV. Ex.as podem acrescentar o que falta e podemos
discutir de modo a conseguir o necessário equilíbrio entre as plataformas de transportes e a necessária
modernização do setor do táxi.
O Partido Socialista podia solicitar ao Governo que cumprisse a promessa e aquilo que é a sua obrigação,
que é governar e apresentar uma iniciativa para a modernização do setor do táxi.
O Partido Ecologista «Os Verdes» é um pouco mais coerente: não quis participar na Lei, que ainda não
entrou em vigor, e aparece agora a destempo a fazer propostas — teria sido útil que as tivesse feito aquando
da discussão —, mas, ainda assim, algumas delas fazem sentido.
O Partido Ecologista «Os Verdes» apresentou uma iniciativa que tem a ver com a formação de motoristas,
mas, Sr. Deputado José Luís Ferreira, o n.º 3 do artigo 10.º da Lei n.º 45/2018 refere a formação.
Sabe porque é que a Lei refere expressamente que a formação passa a ser feita através de portaria? Porque
quisemos cumprir com aquela que era uma solicitação do setor, ou seja, que não pode haver níveis de formação
diferentes para uns e para outros.
E é através de portaria para quê? Para que o Governo, quando apresentar uma iniciativa para a
modernização do setor do táxi, em relação à componente da formação, faça a mesma exigência para o táxi e
para o TVDE (transporte em veículo descaracterizado a partir de plataforma eletrónica).
Mais uma vez, o Governo falha e a única coisa que eu lamento é que não seja confiável e não cumpra
nenhuma promessa, ou seja, palavra dada não é palavra honrada. E não são só os taxistas que se queixam, já
o próprio Partido Socialista se queixa, como foi evidente.
Mas podemos ir mais longe. Disse o Partido Socialista que temos de tratar dos preços. Sr. Deputado, basta
olhar para a Lei. Ela prevê tetos máximos para os preços, há até um conjunto de alíneas que referem a
transparência, a constituição de preços…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado Hélder Amaral, peço-lhe que termine.