I SÉRIE — NÚMERO 17
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com fundamento em necessidades de serviço ponderosas, cabendo recurso desta recusa para o Comandante-
Geral da Polícia Marítima.
Aplausos do BE.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Para uma intervenção, tem a palavra o Sr. Deputado Bruno Vitorino,
do PSD.
O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: A Polícia Marítima é um órgão de
polícia e de polícia criminal que garante e fiscaliza o cumprimento das leis e dos regulamentos nos espaços
integrantes do domínio público marítimo, nas áreas portuárias, nos espaços balneares, nas águas interiores sob
jurisdição da Autoridade Marítima e demais espaços marítimos.
A Polícia Marítima, como polícia de especialidade, exerce funções nestes espaços de jurisdição da
Autoridade Marítima, mas também executa ações de policiamento, fiscalização, vigilância e investigação e aplica
medidas de polícia, competindo-lhe ainda, nos termos da lei, a colaboração com as demais forças policiais e de
segurança para garantir a segurança e os direitos dos cidadãos.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Até aqui, tudo bem!
O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — Por outro lado, como órgão de polícia criminal, compete à Polícia Marítima
desenvolver todos os atos e diligências averiguatórias em âmbito judicial, sob a direção do Ministério Público,
bem com executar mandados e ordens judiciais em áreas da sua responsabilidade.
Cabe, assim, à Autoridade Marítima Nacional, designadamente ao Almirante CEMA, coordenar estas
atividades, bem como as da Direção-Geral da Autoridade Marítima e do Comando-Geral da Polícia Marítima.
Refiro alguns exemplos concretos daquilo que tem sido a ação da Polícia Marítima em Portugal e além-
fronteiras: mais de 100 000 ações de vigilância e fiscalização, mais de 11 000 embarcações fiscalizadas no mar
e mais de 6500 contraordenações e 950 casos de criminalidade registados.
Aproveito também para enaltecer o papel da Polícia Marítima nas operações da Frontex (Agência Europeia
da Guarda de Fronteiras e Costeira) e agradecer o papel desempenhado pelos seus homens e mulheres no
Mediterrâneo, de onde resgataram já milhares e milhares de seres humanos, bem como toda a ajuda que deram
no combate ao tráfico de seres humanos naquela região. Tudo isto com apenas cerca de 500 efetivos.
Discutimos hoje iniciativas do PCP e do Bloco relativas ao direito de associação do pessoal da Polícia
Marítima e à retirada desta Polícia da dependência da Armada. A luta do PCP e do Bloco é conhecida, quando
dizem que é preciso separar a segurança da defesa, aproveitando para criticar, mais uma vez, a NATO (North
Atlantic Treaty Organization) e o seu Conselho Estratégico, como se…
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Eu nem falei da NATO!
O Sr. Bruno Vitorino (PSD): — Tenho a certeza absoluta de que o Sr. Deputado leu o preâmbulo da sua
iniciativa — ou, se calhar, não leu, foram os assessores que o escreveram e o Sr. Deputado não teve
oportunidade de o ler.
Protestos de Deputados do PCP.
Mas, como dizia, o PCP e o Bloco aproveitam para criticar, mais uma vez, a NATO e o seu Conselho
Estratégico, como se, nos dias de hoje, defesa e segurança fossem assim tão simples de separar e como se
cada dia que passa, num mundo mais perigoso, com ameaças mais complexas, não nos obrigasse a perceber
que, mais do que nunca, entidades de um lado e do outro têm de estar interligadas e a cooperar e, se necessário,
a agir.
O Sr. António Filipe (PCP): — O que é que isso tem a ver com a Polícia Marítima?!