I SÉRIE — NÚMERO 28
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É por isso que, até ao final da Legislatura, teremos mais 100 unidades de saúde familiar.
É por isso que, neste momento, temos centenas de centros de saúde, ou extensões de centros, em obras.
É por isso que vamos lançar cinco novos hospitais no próximo ano.
É por isso que continuamos a contratar mais profissionais para o Serviço Nacional de Saúde.
Foi por isso que, relativamente aos enfermeiros, repusemos o horário de trabalho que unilateralmente lhes
tinha sido alterado.
É por isso que temos aproximado as condições dos enfermeiros que têm contrato individual de trabalho das
daqueles que continuaram no quadro da função pública.
É por isso que diferenciamos as horas de qualidade e também a remuneração dos enfermeiros especialistas.
É por isso que estamos a negociar com os sindicatos a construção de uma carreira que VV. Ex.as lhes
negaram.
O Sr. Presidente: — Tem de terminar, Sr. Primeiro-Ministro.
O Sr. Primeiro-Ministro: — No entanto, como o Sr. Deputado bem disse, negociar não é capitular e não
confundimos a resolução das questões laborais com o direito sagrado de cada português e de cada portuguesa
à saúde, cuja prestação lhe deve ser assegurada em todas as circunstâncias.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Para formular perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Marcelino, em nome
do Grupo Parlamentar do PS.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Ministros, Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Primeiro-
Ministro, hoje, começámos por ouvir o CDS dizer que o Sr. Primeiro-Ministro conta histórias.
Pois o que ouvi, da parte do CDS e do PSD, foi a história da demagogia e do populismo, a história da
radicalização do discurso de quem não tem propostas para o País.
Aplausos do PS.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Que disparate!
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Nunca pensei ver um CDS e um PSD tão radicais, a acompanhar a
contestação e os sindicatos. Nunca pensei ver um CDS e um PSD a defender os sindicatos e a luta sindical.
Pois foi isso que vi hoje!
Risos do PSD.
Queria dizer à Sr.ª Deputada Assunção Cristas que foi no tempo do Ministro Mota Soares e do seu Governo
que o Instituto da Segurança Social emitiu uma circular interna a dizer que a conciliação entre a vida familiar e
a vida profissional não era motivo para jornada contínua e que foi retirado dos acordos de cooperação o desconto
da mensalidade da creche para os segundos filhos. Portanto, relativamente à conciliação entre trabalho e família,
Sr.ª Deputada, julgo que está tudo dito.
O Sr. Carlos César (PS): — Muito bem!
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr. Primeiro-Ministro, vamos, então, falar do País real. Durante esta
Legislatura, com o crescimento económico do País, foram criados mais 340 000 empregos líquidos e há menos
280 000 desempregados, o valor mais baixo dos últimos 16 anos, abaixo dos valores da zona euro.
O Sr. João Marques (PS): — É o diabo!