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I SÉRIE — NÚMERO 28

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A relação entre os portugueses e os angolanos será sempre uma relação insubstituível. Creio que todos

partilhamos da mesma emoção ao ouvir cantar aqui, nesta Sala do Plenário, em voz alta, o hino de Angola por

parte dos angolanos, muitos deles residentes em Portugal, que aqui estavam presentes. E isto não acontece

por acaso, mas porque se trata de uma relação necessariamente muito afetuosa. É uma relação afetuosa que

não pode deixar de ter em conta os interesses recíprocos de cada um dos Estados e de cada um dos nacionais.

O clima de confiança que se iniciou com a minha visita a Angola, com o processo de certificação e de

pagamento progressivo das dívidas, tem sido essencial para que as empresas portuguesas recuperem total

confiança e para que possamos encontrar total confiança por parte das autoridades angolanas.

Também da parte das autoridades angolanas foi muito importante verificar como Portugal está pronto e diz

«Presente» na aposta fundamental de diversificação da economia angolana, com o trabalho muito importante a

ser desenvolvido agora, em particular na área agroalimentar.

Convém não esquecer que Angola é um país com o triplo da área da França, em que só 6% do respetivo

território é formado por área arável. Ora, isto significa o enorme potencial que Angola tem para o seu

desenvolvimento e para o desenvolvimento do conjunto do continente africano. É para isso que juntos

trabalharemos, também para aproximar esse desafio fundamental, que é a relação entre a Europa e a África ao

longo deste século.

No que diz respeito à República Popular da China, esta visita foi, desde logo, muito importante do ponto de

vista geoestratégico. Portugal é um país da União Europeia, mas tem mais mundo do que a União Europeia. E

a afirmação geoestratégica da nossa costa atlântica, e em particular do porto de Sines, é uma mais-valia imensa.

A centralidade e a profundidade que as nossas regiões autónomas oferecem a Portugal no Atlântico são da

maior importância.

Por isso, esta visita, ao reafirmar muito claramente a importância da costa atlântica, foi essencial para o

posicionamento geoestratégico de Portugal.

Mais: foi uma visita marcada por dois passos muito importantes. Até agora, as relações económicas têm-se

centrado sobretudo na aquisição, por capital chinês, de ativos já existentes em Portugal. Ora, desta vez, o que

temos é investimento produtivo, desde logo na produção de microssatélites e na criação de um centro de

serviços partilhados que funcionará em Matosinhos e, por outro lado, a abertura do mercado chinês às

produções portuguesas na indústria agroalimentar, designadamente para a uva de mesa e para a carne de

porco.

Foram duas visitas, dois marcos muito importantes.

Sr. Deputado, é patente neste debate que a direita portuguesa tem um enorme problema: o de não ser capaz

de criticar este Governo e a solução política que construiu em outubro de 2015 do ponto de vista dos resultados.

Temos mais crescimento, mais emprego, menos défice, menos dívida, mais investimento privado, mais

exportações. Felizmente, hoje há mais rendimento.

Portanto, não podendo atacar as políticas pelos seus resultados, a direita concentra-se na política de casos,

procurando encontrar um caso aqui, um caso ali, para construir uma narrativa de oposição.

Em vez de fazer uma oposição frontal e apresentar alternativas, a direita refugia-se no combate de guerrilha

porque sabe que não é capaz de combater em campo aberto por não ter alternativa à política que o Partido

Socialista, com o Bloco de Esquerda, o Partido Comunista Português e o Partido Ecologista «Os Verdes», foi

capaz de erguer e construir em novembro de 2015. Como a direita não o consegue, refugia-se na tática de

guerrilha. Mas devemos manter, perante a tática de guerrilha, a serenidade e a determinação para continuarmos,

passo a passo, a executar boas políticas que deem bons resultados.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Primeiro-Ministro, peço-lhe que termine.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Vou já concluir, Sr. Presidente.

Nós não governamos para responder à oposição, governamos para servir os portugueses, dando-lhes mais

crescimento, melhor emprego, menores desigualdades, contas certas e a credibilidade internacional de Portugal

restaurada.

É para isso que governamos. É para as portuguesas para e os portugueses, e é assim que continuaremos a

fazer.