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I SÉRIE — NÚMERO 28

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É nossa convicção que o Governo não adia os problemas por incompetência ou por desleixo; adia-os porque

está convicto de que é mais importante a corrida do défice com Bruxelas do que resolver os défices do País. E

isso é um erro.

Protestos do Deputado do PSD Duarte Marques.

Sr. Primeiro-Ministro, as tantas negociações de carreiras — aliás, não são negociadas, são só adiadas e

nunca mais chegam ao fim — são uma sombra nesta Legislatura.

A pergunta que lhe faço é a seguinte: o Governo tem algum calendário para atingir resultados que se vejam

em nome destes trabalhadores e dos serviços públicos que deles precisam?

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Primeiro-Ministro.

O Sr. Primeiro-Ministro: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Catarina Martins, como sabe, uma prioridade

deste Governo é a revalorização da centralidade dos serviços públicos como direito fundamental dos cidadãos.

É o que temos feito nas escolas, é o que temos feito no sistema de justiça, é o que temos feito em particular no

Serviço Nacional de Saúde.

É por isso que vamos chegar ao final da Legislatura com mais 100 unidades de saúde familiar. É por isso

que temos mais de 200 escolas em obras. É por isso que temos centenas de centros de saúde em construção.

É por isso que vamos lançar mais cinco novos hospitais. É por isso que concluiremos a Legislatura repondo os

1200 milhões de euros que a direita cortou no Serviço Nacional de Saúde. É isso tudo que temos feito.

Precisamente por sabermos bem que não há bons serviços públicos sem profissionais motivados e por

sabermos que não basta termos profissionais motivados para haver bons serviços de saúde que temos de gerir

os recursos orçamentais de que dispomos de forma a satisfazer as necessidades de investimento em

equipamentos, em instalações e em contratação de pessoal.

Se temos mais 9000 profissionais no Serviço Nacional de Saúde do que tínhamos em 2015 é porque

aumentámos o investimento. Provavelmente, se tivéssemos seguido outra política orçamental não teríamos

esses mais 9000 profissionais.

A direita, perante as mesmas regras, o que fez foi cortar 1200 milhões de euros, enquanto nós, perante as

mesmas regras, aumentámos 1200 milhões de euros.

É com essa estratégia que iremos prosseguir e é na mesma base que temos vindo a negociar.

Como sabe, aliás por experiência própria, este Governo negoceia. Negociámos os Orçamentos para 2016,

2017, 2018 e 2019, e temos negociado tantas e tantas matérias. Portanto, sabe bem que este Governo pode ter

muitos defeitos, mas não o pode acusar de falta de vontade para negociar e para chegar a acordo.

Sr.ª Deputada, também o temos feito com a generalidade dos sindicatos. Há negociações que são mais

fáceis e outras que são mais difíceis, mas ninguém deseja mais concluir este processo negocial do que o

Governo. Ninguém deseja mais do que o Governo que seja restabelecida a normalidade com a paz social nos

diferentes serviços.

Para negociar é preciso que ambas as partes se entendam e cheguem a acordo. Acho sinceramente que,

em alguns casos, já estivemos mais distantes, noutros continuamos muito distantes e noutros ainda estamos

praticamente a concluir as negociações.

Devemos prosseguir as negociações com espírito construtivo, como temos feito, porque é essencial,

sabemos bem, que os nossos funcionários tenham boa motivação para termos bons serviços públicos.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem, de novo, a palavra a Sr.ª Deputada Catarina Martins.

A Sr.ª CatarinaMartins (BE): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, não há no País quem não saiba como

esta Legislatura contrasta com o trágico Governo PSD/CDS. Sobre isso estamos de acordo.