17 DE JANEIRO DE 2019
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Infelizmente, esse não é o legado que o PS vai deixar. As exportações estão a crescer a uma taxa muito
inferior e o défice da balança comercial do setor está a agravar-se.
Sr. Presidente e Srs. Deputados, os agricultores não precisam que o Governo lhes dê «saquinhos de
dinheiro», que, aliás, o Sr. Ministro da Agricultura diz não ter para dar. Os agricultores precisam de um Ministro
da Agricultura que tenha peso político no Governo e em Bruxelas…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — … e que garanta as verbas necessárias, cá dentro e lá fora, seja para
capacitar e impulsionar os mais competitivos e empreendedores, seja para apoiar os mais pequenos, menos
especializados e que, apesar de não serem competitivos, mantêm e ocupam o território e prestam os tão falados
«serviços de ecossistemas».
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Os agricultores precisam que o Ministro da Agricultura os compreenda
e que os defenda dos ataques dos seus colegas de Governo, como quando o Ministro do Ambiente diz querer
acabar com as vacas até 2050 ou que, para resolver o problema das alterações climáticas e da falta de água,
só têm de ser mais eficientes no regadio.
Infelizmente, os agricultores sabem há muito que não podem contar nem com o PS, nem com esta maioria,
capturada por preconceitos ideológicos contra a propriedade privada, contra as empresas, contra a produção
animal e contra o lucro.
Mas o CDS, em matéria de agricultura, mais uma vez, diz «presente», e diz «presente» com coerência,
porque o que defendemos hoje é aquilo que fizemos ontem e aquilo que projetamos para amanhã.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.ª Deputada, tem quatro pedidos de esclarecimento. Como deseja
responder?
A Sr.ª Patrícia Fonseca (CDS-PP): — Responderei a cada dois Srs. Deputados, conjuntamente, Sr.
Presidente.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Assim sendo, tem a palavra, em primeiro lugar, o Sr. Deputado Carlos
Matias, do Bloco de Esquerda.
O Sr. Carlos Matias (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Patrícia Fonseca, antes
de mais, devo felicitá-la por trazer aqui a temática da agricultura e do mundo rural.
Quero dizer-lhe que falar de agricultura e de mundo rural também combina com falar da Casa do Douro e do
Douro. A Região Demarcada do Douro é a mais antiga região demarcada da produção de vinhos, remonta a
1756, visando garantir a qualidade e a regulação dos vinhos do Porto e o seu comércio e evitar os efeitos
nefastos da atividade dos comerciantes ingleses. Desde então, a Região Demarcada do Douro, assim como a
produção de vinho do Porto obedecem a especiais cuidados na sua regulamentação, com um importantíssimo
papel desempenhado pela antiga Casa do Douro, uma instituição de referência na região duriense.
Em 2014, o anterior Governo resolveu aproveitar a fragilidade da Casa do Douro, fruto de gestões infelizes
e incapazes, para acabar com ela enquanto associação pública. Num processo extremamente conturbado e
litigioso — que ainda prossegue hoje, nos tribunais, com protagonistas ansiosos de poder —, a nova Casa do
Douro foi atribuída a uma fundação privada. Foi um processo lamentável ao qual nem faltou um assalto com
arrombamento ao icónico edifício no Peso da Régua. Um processo no qual o CDS, o seu partido, e o Ministério
então dirigido pela atual Sr.ª Deputada Assunção Cristas, que, por sinal, no dia em que é suscitada a discussão
da agricultura nem sequer está presente no Plenário,…