23 DE FEVEREIRO DE 2019
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regional, que, verdadeiramente, promovam a coesão; a redução significativa da dependência da Administração
Pública dos fundos comunitários; o apoio à requalificação, remodelação e reestruturação das redes de
infraestruturas que existem e que estão no terreno; a forte diminuição dos níveis de centralização dos fundos
comunitários e respetiva burocratização; o desenvolvimento de mecanismos de discriminação positiva na
utilização dos fundos comunitários nos territórios de baixa densidade; e, ainda, que Portugal deve continuar a
defender as especificidades das regiões ultraperiféricas, que justificam a existência de programas europeus
específicos. Estas especificidades deverão ser tidas em conta nos regulamentos dos programas europeus
Horizonte 2020, Europa 2030 e Erasmus+.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — Tem de concluir, Sr. Deputado.
O Sr. António Costa Silva (PSD): — Termino já, Sr.ª Presidente.
Sr. Ministro, Dr. Nelson de Souza, em nome de Portugal e dos portugueses, tem a responsabilidade de não
voltar a falhar.
Aplausos do PSD.
A Sr.ª Presidente (Teresa Caeiro): — A encerrar o debate, tem a palavra o Sr. Ministro do Planeamento.
O Sr. Ministro do Planeamento: — Sr.ª Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Começo com um pouco de
cronologia, ainda que recente, sobre aquilo que se passou com as propostas da Comissão em matéria de política
de coesão.
Em fevereiro do ano passado, a Comissão apresentou a sua primeira comunicação sobre o quadro financeiro
plurianual. Já nessa altura olhámos e analisámos com atenção as propostas da Comissão e, desde logo, ficámos
preocupados com o que vimos escrito.
No início de maio, a 30 dias da apresentação das propostas, começaram a surgir informações, inclusive num
jornal de referência de economia internacional, mais concretamente o Financial Times, que publicava uma lista
da evolução dos pacotes da política de coesão, na qual o pacote de coesão para Portugal apresentava uma
redução de 23%.
Tivemos a oportunidade de, pelos nossos próprios meios — e aí começou a nossa atividade técnica,
diplomática e política —, tentar perceber aquilo que se passava e fizemos o nosso trabalho, porventura de uma
forma discreta, como se requeria naquela altura.
A 29 de maio, surgiu, de facto, a proposta que os Srs. Deputados conhecem. Naturalmente, está muito longe
de corresponder à nossa ambição e à nossa posição, mas já não é a mesma que estava escrita em documentos
internos da Comissão. Esse já é, pois, um primeiro resultado da nossa ação, da ação deste Governo, mas
também da ação dos técnicos e dos nossos diplomatas.
Muito se falou de credibilidade negocial, a qual se vai conquistando ao longo do tempo. Concordo
inteiramente que assim é! A minha experiência pessoal assim o confirma. Aliás, utilizámos esta mesma
credibilidade para, nas poucas semanas que tivemos para o fazer, durante o mês de maio, reverter aquilo que
nos punha lado a lado com a maior parte dos países do Leste europeu.
Não sei onde é que o Sr. Deputado Costa e Silva foi buscar a ideia de que tínhamos uma redução de 16%
no pacote relativo ao Fundo de Coesão, porque, apesar de contemplar, de facto, uma redução global de 42% a
nível comunitário, conseguimos que o Fundo de Coesão para Portugal venha a ter um crescimento de 14%, o
que, provavelmente, explicará o que conseguimos obter durante esse mês de maio em termos de ganhos e de
avanços relativamente à nossa política.
Aplausos do PS.
Aliás, ao mesmo tempo que vínhamos cuidando, defendendo e lutando por este processo de reprogramação
do Portugal 2020, foi essa mesma credibilidade — curiosamente, também durante esse mês de maio — que nos
permitiu reforçar, reajustar e alocar novos meios de financiamento para aplicar no desenvolvimento do País, na