I SÉRIE — NÚMERO 60
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Cá estaremos a defender o aumento geral dos salários, as 35 horas para todos os trabalhadores, do público
e do privado, particularmente do público, porque a maioria dos trabalhadores são mulheres — e sobre esta
matéria o anterior Governo, PSD/CDS, roubou um direito conquistado em 1998 —, o combate à precariedade e
o respeito total pelos direitos de maternidade e paternidade.
Também é disto que falamos quando celebramos o Dia Internacional da Mulher, que tem na sua origem a
luta pelos direitos dos trabalhadores, a luta pelas 8 horas, a luta pelo direito ao voto e a luta pelo princípio do
salário igual para trabalho igual.
Esta é a origem do Dia Internacional da Mulher e, por isso, estamos aqui hoje a homenagear gerações e
gerações de mulheres que lutaram sempre por um País e por uma sociedade mais justa.
Hoje, também estamos aqui para homenagear a longa e corajosa luta de muitas gerações de mulheres que
deram a própria vida e a sua força para construir um País mais justo e para renovar o compromisso de
concretizar na vida a igualdade que existe na lei.
Para isso, sabemos que contamos com as mulheres que, neste País, sobrevivem, resistem e lutam por um
País mais justo e que amanhã vão construir, em Lisboa, uma grande manifestação, convocada pelo Movimento
Democrático de Mulheres, na luta pela igualdade na vida, que é, sem dúvida, o combate do nosso tempo.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do CDS-PP, a Sr.ª
Deputada Vânia Dias da Silva.
A Sr.ª Vânia Dias da Silva (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Invocamos, hoje, mais um
Dia Internacional da Mulher. Cerca de um século volvido sobre esta luta, ainda há muito, muito a fazer.
O Dia Internacional da Mulher é um dia de evocação simbólico, é verdade, mas cada vez mais pertinente. É
um marco importante na luta pelos direitos humanos, em especial pelos direitos das mulheres, sejam eles de
natureza política, económica, social, cultural ou apenas de cunho pessoal, como os respeitantes à saúde sexual
e reprodutiva, mas todos eles são lutas que a mulher tem de continuar a prosseguir.
Realçamos todas as iniciativas que fizemos ao longo dos anos e os sinais no sentido do aumento da
representação feminina em lugares de liderança económica e política, mas que ainda hoje não estão
completamente construídos, bem como a evolução da concretização dos direitos das mulheres no mercado de
trabalho. Há, ainda, muito a fazer e é preciso fazermos mais e melhor!
Assinalamos igualmente, nesta data, com um sentido de grande pesar e com expressão de solidariedade
para com as mulheres vítimas de violência doméstica, em especial para com as famílias das 12 mulheres e da
criança que, desde o início do corrente ano, faleceram vítimas deste crime inaceitável.
Portugal orgulha-se, é certo, de ter sido o primeiro país da União Europeia a vincular-se à Convenção de
Istambul e também um dos primeiros países a proceder à sua transposição para o ordenamento jurídico.
Consagramos, entretanto, também, o crime de perseguição, o crime de casamento forçado, autonomizamos o
crime de mutilação genital feminina e reforçamos o regime de punição e combate à violência doméstica. Mas os
factos demonstram à saciedade que a luta contra a iniquidade da violência doméstica permanece uma tarefa
inacabada.
É certo que esta não é só uma questão das mulheres, mas é, sobretudo, as mulheres que afeta e é por isso
importante, neste dia, assinalarmos esta matéria também.
Já há pouco referi que era preciso fazer mais e melhor e que há ainda muito caminho por percorrer. Não
descansaremos enquanto a igualdade de homens e mulheres não for uma realidade. Infelizmente, apesar de ter
decorrido já um século desde a luta das mulheres pelos seus direitos, a verdade é que este seu direito ainda
não foi cabalmente concretizado.
Portanto, neste dia, reafirmamos o nosso compromisso com a construção de uma sociedade mais justa, livre
de descriminações e sem complacência com os fenómenos da violência doméstica e de género. Cá estaremos
para fazer atuar todas as instâncias que não têm sabido responder cabalmente a este fenómeno para que a
mulher consiga ver os seus direitos completamente libertados.
Aplausos do CDS-PP.