I SÉRIE — NÚMERO 63
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Aplausos do PSD.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — Oito minutos de disparate!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, excedeu o seu tempo em quase 1 minuto e
tinha 7 minutos para intervir.
Tem a palavra, em representação do Grupo Parlamentar do Partido Socialista, a Sr.ª Deputada Catarina
Marcelino.
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O relatório da OCDE de dezembro
passado refere que um sistema de pensões bem desenvolvido precisa de mecanismos automáticos que alinhem
os benefícios com a realidade económica e demográfica e que os sistemas devem ser sustentáveis
financeiramente.
O mesmo relatório refere, sobre Portugal, que a reforma da segurança social de 2007 permitiu garantir a
sustentabilidade, nomeadamente no ajustamento dos benefícios das pensões ao desenvolvimento económico
e demográfico.
Por isso, não podemos, em nenhuma circunstância, fazer alterações avulsas que ponham em causa a
sustentabilidade e o equilíbrio do sistema.
Uma das condições fundamentais para que este sistema seja autossustentável é que não dependa de
transferências extraordinárias do Orçamento do Estado e, mais uma vez, é para isso fundamental que as
decisões tomadas sejam ponderadas e responsáveis. E isto é o que este Governo está a fazer!
Aplausos do PS.
É bom recordar aqui que, em 2013 e em 2014, houve nos dois anos consecutivos a necessidade de fazer
transferências extraordinárias do Orçamento do Estado para a segurança social de mais de 2000 milhões de
euros, de modo a compensar o défice das contas. Tal como em 2018, em 2019 não houve, nem haverá, a
necessidade de transferências do Orçamento do Estado para a segurança social.
Aplausos do PS.
E não haverá porque nos últimos anos a economia cresceu, o emprego cresceu e as contribuições
acompanharam esse mesmo crescimento.
Mas também não haverá porque o Governo e esta maioria parlamentar assumiram, desde o início do seu
mandato, o objetivo político e estratégico de criar as condições para o reequilíbrio das contas da segurança
social, nomeadamente pela diversificação das suas fontes de financiamento. Destaco o adicional do IMI (imposto
municipal sobre imóveis) e a consignação de receitas do IRC (imposto sobre o rendimento das pessoas
coletivas) à segurança social.
Nos últimos anos, a despesa é inferior à receita, garantindo a sustentabilidade e o reforço crescente da
proteção social.
A intervenção da Deputada Joana Barata Lopes é esclarecedora.
Aplausos do PS.
O Sr. Adão Silva (PSD): — Foi uma grande intervenção!
A Sr.ª Catarina Marcelino (PS): — A direita procura fragilizar a confiança no sistema e fá-lo através de
encenação do medo de não haver dinheiro no futuro.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — São os senhores que o dizem! É o vosso fator de sustentabilidade!