20 DE MARÇO DE 2019
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a participação de Portugal no quadro da CEP, o que, para nós, é muito relevante, gostava de lhe fazer duas
perguntas muito focadas, Sr. Ministro.
A primeira pergunta tem a ver com o seguinte: o Fundo Europeu de Defesa, que vai alocar — e termino já,
Sr. Presidente — 500 milhões de euros para o domínio tecnológico e 1000 milhões de euros para o domínio dos
equipamentos e das infraestruturas, só entrará em vigor com o novo quadro financeiro plurianual. A pergunta
que lhe faço é esta: o que podemos esperar até lá? Como é que o vamos conseguir financiar ou, até lá, vai
haver algum tipo de financiamento?
A segunda pergunta, muito importante, é esta: qual é a expetativa? Como é que as pequenas e médias
empresas portuguesas podem ter a expetativa de aderir, de vir a projetar ou ter candidaturas a projetos com
este Fundo? Certamente que este Fundo pode ser muito importante para estimular as pequenas e médias
empresas, ao longo de toda a Europa e também em Portugal, pelo que gostávamos de perceber o que está o
Governo a preparar para permitir que estas pequenas e médias empresas portuguesas se possam efetivamente
candidatar.
Muito obrigado, Sr. Presidente, pela sua enorme e extraordinária tolerância.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, agora, a palavra, para uma intervenção, pelo PCP, a Sr.ª
Deputada Paula Santos.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados: Perante o aprofundamento dos problemas
sentidos pelos povos, as prioridades da Presidência da União Europeia insistem no caminho do aprofundamento
do federalismo, do neoliberalismo e do militarismo, que os trabalhadores e os povos já perceberam que não dá
resposta às suas necessidades e que só agrava os problemas existentes.
É esta falta de resposta, aliada às opções políticas ditadas pelas potências dominantes na União Europeia,
em benefício do grande capital, que cria as condições propícias para o crescimento de movimentos de extrema-
direita.
O Sr. Duarte Marques (PSD): — De extrema-esquerda!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Aliás, vemos com preocupação que o CDS já tenha trazido, como bibliografia,
para as suas intervenções e argumentário os programas eleitorais de Salvini e de Le Pen.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Perante a pobreza, a precariedade, o ataque aos direitos dos trabalhadores
e as crescentes desigualdades, as prioridades da Presidência da União Europeia vão para o nivelamento por
baixo dos direitos, através do designado «Pilar Europeu dos Direitos Sociais», e não para o reforço dos direitos,
da melhoria das condições de vida dos povos, do desenvolvimento e da coesão.
Protestos do Deputado do PSD Duarte Marques.
Ao mesmo tempo, essas prioridades vão no sentido do aprofundamento da dimensão do militarismo, com o
reforço do investimento na segurança e na defesa, dando um enfoque especial ao Fundo da Defesa Europeu, à
Cooperação Estruturada Permanente e à estratégia entre a União Europeia e a NATO, demonstrando mais uma
vez que as políticas de segurança e defesa da União Europeia não competem com a NATO, antes
complementam e desenvolvem as capacidades desta organização, assumindo-se a União Europeia como pilar
europeu da NATO.
No final do ano passado, os Ministros da Defesa aprovaram 16 projetos federalistas militares, dos quais se
destacam a criação de uma escola de espionagem,…
Risos do Deputado do PSD Duarte Marques.