I SÉRIE — NÚMERO 64
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A adesão à Cooperação Estruturada Permanente foi aprovada com os votos contra do Bloco de Esquerda,
do PCP e de Os Verdes.
Sr. Ministro, se a política de segurança e defesa não fosse uma matéria de Estado que exige um amplo
consenso nacional, esta posição, esta sua governação com as esquerdas radicais mereceria mesmo relembrar
a célebre rábula do saudoso Raúl Solnado…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, queira terminar.
O Sr. Rui Silva (PSD): — … — e é pena o Sr. Primeiro-Ministro não estar cá, porque até era um momento
de descompressão —, em que o Sr. Primeiro-Ministro seria o general que telefona ao inimigo a informar que vai
atacar por cima…
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Deputado, tem mesmo de terminar.
O Sr. Rui Silva (PSD): — … e os seus ajudantes de campo, a Deputada Catarina e o Deputado Jerónimo,
desertariam e não participariam nessa estratégia.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, em nome do Grupo Parlamentar do Partido
Socialista, a Sr.ª Deputada Maria Manuel Leitão Marques.
A Sr.ª Maria Manuel Leitão Marques (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Srs. Membros do
Governo: A Presidência romena da União Europeia tem tido como prioridades a convergência, a segurança, a
Europa como ator global e a preservação dos valores europeus comuns.
Sentimos todas elas como cruciais neste momento em que tudo parece ter de ser defendido, mesmo aqueles
valores que já considerávamos há muito tempo como fazendo parte do nosso melhor património comum.
Para todas estas prioridades, sabemos ser difícil o debate. Sabemos como ele pode ser derivado para o
populismo e nacionalismo fáceis, que exploram o medo da diferença, a ignorância e o preconceito.
Nunca, por isso mesmo, a União Europeia precisou tanto do nosso empenho, da nossa capacidade de pensar
diferente, e nós do dela, para nos defendermos juntos e para juntos podermos progredir.
Para que esse empenho seja sustentável, a convergência entre os 27 ou 28 Estados-Membros é, por isso,
indispensável.
Detenho-me, assim, nesta primeira prioridade, bem escolhida, como primeira prioridade desta Presidência,
e, dentro dos seus principais objetivos, permitam-me que destaque o da inovação.
A União tem aqui, em simultâneo, dois grandes desafios que é preciso equilibrar: por um lado, o de promover
a excelência para poder competir com atores globais em domínios tão estruturantes como, por exemplo, o das
novas tecnologias. Na Europa, não perdemos o barco da investigação, mas precisamos de nos apropriar melhor
dos seus resultados para que as nossas empresas estejam entre as melhores no mercado mundial onde
concorrem.
A excelência exige, à escala europeia, repito, à escala europeia, alianças e concentração de meios em
objetivos estratégicos e, desse modo, corre o risco de prejudicar a convergência, se essas alianças incluírem,
sempre e apenas, os mesmos centros de investigação dos mesmos países do centro da União, excluindo os
mais periféricos e deixando muitos para trás.
Mas será esta tendência uma inevitabilidade? Não tem de ser! Nos tempos em que vivemos, as redes são o
nosso dia a dia. Temos, por isso, que estimular e aproveitar os meios de conectividade e fazer deles uma
vantagem para promover a inovação em rede com a excelência indispensável…
O Sr. Presidente (José Manuel Beleza): — Sr.ª Deputada, queira terminar, por favor.
A Sr.ª Maria Manuel Leitão Marques (PS): — … e a convergência necessária.