20 DE MARÇO DE 2019
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os instrumentos à nossa disposição, incluindo a Lei de Programação Militar, atualmente em discussão na
Assembleia da República, para reforçarmos a nossa indústria nacional de defesa, que agora, mais do que nunca,
assume uma dimensão estratégica.
Portugal tem interesse militar, político, económico e tecnológico nesta participação na PESCO. Militarmente
estaremos mais preparados para responder às exigências dos novos contextos. Politicamente queremos estar
no cerne da integração europeia. Economicamente queremos trazer para o nosso País os benefícios do
investimento que resultam da PESCO. Tecnologicamente queremos capacitar os nossos recursos humanos e
equipar as nossas empresas para os setores de maior crescimento económico do futuro.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A primeira intervenção no tempo de debate cabe ao PSD, através
do Sr. Deputado Rui Silva.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Rui Silva (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Ministro da Defesa Nacional, Sr. Ministro dos Negócios
Estrangeiros, Sr. Secretário de Estado dos Assuntos Parlamentares: Apresento os meus cumprimentos.
Na recente conferência sobre defesa e segurança da União Europeia, que teve lugar na Roménia, foi bem
notória a preocupação expressa por todos os países sobre a escalada de tensões no seio do espaço europeu e
mundial.
O terrorismo, as migrações, a atitude beligerante da Rússia, com implicações no equilíbrio do Mar Negro, a
pressão do Presidente Trump sobre a aplicação de 2% do PIB em defesa e segurança, o clima de ebulição na
Síria e estados adjacentes, o incremento de populismos que grassam na Hungria, na Áustria, na Holanda e
mesmo na Itália, toda a insegurança social e política na Venezuela e na África Central, os milhões de ataques
informáticos que visam desinformar e conhecer as estratégias de defesa, segurança e economia dos países,
justificam a atenção e, principalmente, a concretização da Cooperação Estruturada Permanente.
Portugal, na sua afirmação europeia, deve participar no espírito da CEP, desenvolver conjuntamente
capacidades de defesa, investir em projetos cooperativos europeus e fortalecer a prontidão operacional das
nossas Forças Armadas.
Sr. Ministro, Portugal deve sempre reafirmar a oposição às tentativas de criação de um exército europeu,
como defende o Presidente Macron. Intocável, para o PSD, é a preservação da soberania nacional, a nossa
vocação atlântica, exponenciada com o alargamento da nossa plataforma continental, e a nossa relação
privilegiada com os países da CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
O Sr. Adão Silva (PSD): — Muito bem!
O Sr. Rui Silva (PSD): — Este é o nosso legado histórico, que o Sr. Ministro e o Sr. Primeiro-Ministro devem
preservar e enquadrar no espírito da CEP.
A Cooperação Estruturada Permanente apresentou 17 projetos operacionais e Portugal aderiu a seis. Essa
escolha foi adequada no sentido de que todos têm relação com o mar e este alargamento da plataforma marítima
é fundamental.
Aderimos à mobilidade marítima; ao sistema rádio europeu seguro; aos sistemas marítimos semiautónomos
de medidas antiminas; ao projeto de vigilância e proteção marítima portuária; à plataforma de partilha de
informações relativas às ciberameaças; ao sistema de comando e controlo estratégico das missões comuns de
segurança e defesa. Sr. Ministro, qual é o estado de concretização destes projetos?
Temos conhecimento de que nenhum terá começado e que o Ministério da Defesa Nacional equaciona
mesmo repensar a participação em alguns. Quais destes? Será por causa das famosas cativações, que
impedem a libertação de verbas para a sua concretização?
Sr. Ministro, em paralelo com a CEP, o Fundo Europeu de Defesa financia a modernização de armamento
que permita um cumprimento eficaz das missões conjuntas da CEP. Na recente Lei de Programação Militar
estão contemplados investimentos de modernização e aquisição de armamento com recurso ao FED (Fundo
Europeu de Defesa) e ao PEDID (Programa Europeu de Desenvolvimento Industrial no domínio da Defesa)?