I SÉRIE — NÚMERO 66
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O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, quero começar por agradecer as questões
que me foram colocadas e que permitirão, com certeza, enriquecer este debate.
Sr. Deputado Paulo Sá, sobre a lei do TVDE, o que existia eram duas realidades e era absolutamente
indispensável encontrar o equilíbrio entre essas duas realidades.
O que também existia, e o Sr. Deputado Paulo Sá sabe-o, era uma realidade que não tinha nenhum
enquadramento regulamentar, não havia nenhum enquadramento legal para essa atividade, mas era uma
realidade, toda a gente via, estava aos olhos de todos. O que o PS fez foi enquadrar essa realidade.
O que estamos a discutir hoje é um partido que quer destruir completamente a outra realidade, que é a
realidade do setor do táxi, e isso não vamos permitir.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado Virgílio Macedo, no que diz respeito aos táxis, mas também ao TVDE, passámos a Legislatura
a procurar equilíbrios, consensos, a dialogar. O Partido Socialista e o Governo fizeram um esforço grande,
significativo, para chegarem a esta serenidade e tranquilidade que o País tem hoje. É verdade que percebemos
que o PSD fazia fé e, de alguma forma, devia fazer promessas para que o Governo queimasse em lume brando,
para que o Governo, de alguma forma, pudesse «estorricar», permitam-me a expressão. A pergunta que se
coloca hoje é esta: depois deste esforço, depois de obtermos esta tranquilidade, o que é que o PSD quer? O
PSD não gosta de um país em tranquilidade e a avançar? É isso que se passa? O PSD, quando se aproximam
eleições, quer um país em convulsão, um país que esteja permanentemente em convulsão, porque isso dá jeito
para as eleições? É isso que quer o PSD?
Ninguém compreende: estamos num enorme processo de tranquilidade no que diz respeito ao ecossistema
de mobilidade urbana, permitam-me dizer assim, e os senhores resolveram atirar uma bomba atómica para
destruir o setor do táxi. A pergunta é esta: porquê, Srs. Deputados? Porque é que querem fazer isto aos taxistas,
porque é que querem destruir o setor do táxi? É a isto que o senhor tem de responder e a que não respondeu
ao longo da sua intervenção.
Aplausos do PS.
Sr. Deputado Hélder Amaral — e, já agora, também em complemento de resposta ao Sr. Deputado Virgílio
Macedo —, vou ler uma parte do comunicado da ANTRAL de 18 de março deste ano — é muito recente: «A
ANTRAL reuniu no passado dia 28 de fevereiro com o Governo para promover a continuação dos trabalhos de
modernização do setor, o que continuará a ser desenvolvido».
É bom lembrar o que nós dissemos: o Partido Socialista continua em diálogo permanente, construtivo e
aberto com o setor do táxi para promover medidas de modernização do setor. É esse o foco do Partido Socialista
e não mudaremos esse foco. Faremos tudo o que for possível. Já fizemos muita coisa, que já expliquei na
intervenção que fiz, mas há algumas coisas ainda para fazer, designadamente a que o Sr. Deputado referiu e
— permita-me adiantar — que tem a ver com as questões da contingentação municipal. É natural que este
diálogo tenha de ser aberto. Temos uma realidade que muda, evolui e, provavelmente, esta questão da
contingentação tem de ser trabalhada. O Governo já disse que estava disponível para esse diálogo, os
profissionais do setor estão disponíveis para dialogar e este é um caminho que se fará e, com certeza, poderá
sofrer evolução, mas isto não tem nada a ver com o que foi hoje apresentado pelo PSD, que é uma bomba
atómica no setor do táxi que jamais permitiremos!
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Srs. Deputados, o painel tem tempos em aberto, mas a Mesa não regista
novos pedidos de palavra.
Não sei quanto tempo de compasso de espera acham que a Mesa pode fazer, mas não precisará ser muito.