13 DE ABRIL DE 2019
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Sr. Presidente, com a sua permissão, a Sr.ª Secretária de Estado da Administração e do Emprego Público
intervirá também sobre este ponto.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem, então, a palavra a Sr.ª Secretária de Estado da Administração e do Emprego
Público, Fátima Fonseca, para intervir em nome do Governo.
A Sr.ª Secretária de Estado da Administração e do Emprego Público (Maria de Fátima Fonseca): — Sr.
Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O Governo respeita as expetativas dos trabalhadores de todas as carreiras
da Administração Pública e, com total responsabilidade, procura garantir os processos negociais com visão de
conjunto e com um conhecimento profundo das regras que estão em vigor no nosso ordenamento jurídico.
O Governo procura garantir nos processos negociais dois princípios fundamentais: a equidade entre
trabalhadores e a sustentabilidade, porque o Governo sabe que não pode assumir despesa que não seja
comportável no presente e no futuro, por constituir um aumento permanente da massa salarial.
Nesta carreira, foram cumpridas as regras que estão em vigor, que foram aprovadas em 2014, através da
Lei n.º 35/2014, e que decorrem da Lei do Trabalho em Funções Públicas e do diploma que a aprovou.
Neste processo de revisão de carreira, são observados dois princípios fundamentais: a neutralidade na
transição remuneratória, com um desvio de 11 milhões de euros que corresponde à elevação do nível de
complexidade funcional da carreira, de grau 2 para grau 3, e a garantia de que apenas quem tem valorização
remuneratória reinicia a contagem dos pontos para futura valorização remuneratória.
Esta visão de conjunto é fundamental…
O Sr. Presidente: — Sr.ª Secretária de Estado, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
A Sr.ª Secretária de Estado da Administração e do Emprego Público: — Com isto termino, Sr. Presidente.
A visão de conjunto e a garantia de equidade e sustentabilidade são princípios fundamentais, com os quais
o Governo se compromete e que continuará a cumprir na revisão de todas as carreiras em que intervenha.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Antes de prosseguirmos, informo a Câmara de que chegaram à Mesa propostas de
alteração ao decreto-lei — do Bloco de Esquerda, do PCP e do PSD —, as quais serão remetidas à respetiva
comissão.
Para encerrar este debate, tem a palavra o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Grupo Parlamentar do Bloco
de Esquerda.
O Sr. Moisés Ferreira (BE): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: Na verdade, neste debate de 20 ou
30 minutos, estamos a debater 20 anos de luta, durante os quais os técnicos superiores de diagnóstico e
terapêutica lutaram — e bem! — por uma carreira digna.
É verdade que, em agosto de 2017, foi publicado o regime da carreira, mas também é verdade que essa
publicação remeteu para futuro a definição de regras importantíssimas, como as da transição, das remunerações
e da avaliação. E não é menos verdade que a publicação dessas regras importantíssimas demorou um ano e
meio e foi agora publicada unilateralmente.
A questão que se coloca é esta: por que razão é que esta proposta foi publicada unilateralmente? Por que
razão é que os trabalhadores não aderiram a esta proposta? Por que razão é que os trabalhadores recusam
esta proposta? A resposta é muito simples: porque é uma má proposta.
Por isso é que solicitámos a apreciação deste decreto-lei e queremos fazer-lhe alterações. Esta é uma má
proposta, mas, com as propostas que o Bloco de Esquerda já anunciou, pode vir a ser uma boa proposta para
os trabalhadores.
Se contabilizarmos todo o tempo de serviço, se contabilizarmos todos os pontos obtidos, se garantirmos que
as transições são bem feitas e que nenhum trabalhador desce de categoria ou recua na progressão que já tinha