I SÉRIE — NÚMERO 76
34
meio de tempo de serviço cumprido pelos professores e as ultrapassagens por docentes com igual ou menor
tempo de serviço, que consubstanciam um gigantesco ataque à carreira docente.
Assim, a questão que se coloca no dia de hoje não é a de se refazer, uma e outra vez, toda a discussão e
reviver todo o processo referente à contagem do tempo de serviço. Não podemos estar permanentemente a
voltar à estaca zero de um problema que conta com zero vontade negocial da parte de quem tinha a obrigação
de o ter resolvido logo em 2018 — o Governo.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — A questão que se coloca hoje é a de saber se vão ser tomadas as decisões
para resolver definitivamente a questão da contagem do tempo de serviço, do faseamento da recuperação, das
formas que podem ser encontradas para que isso aconteça.
A posição do PCP é clara: traduzimos nas nossas propostas o compromisso que assumimos com os
professores de uma solução definitiva por via desta apreciação parlamentar.
O Sr. Bruno Dias (PCP): — Muito bem!
A Sr.ª Ana Mesquita (PCP): — Não empurramos a recuperação para as calendas gregas, iludindo os
professores com condições e critérios que possam tornar esse processo inexequível.
Hoje, e aqui, o Partido Comunista Português reafirma as suas propostas e os seus objetivos.
Primeiro: garantir a contabilização integral do tempo de serviço. São 9 anos, 4 meses e 2 dois dias que têm
de contar para a progressão na carreira, porque foi tempo trabalhado.
Segundo: adotar a mesma solução negociada, em termos de faseamento, entre os sindicatos e o Governo
regional da Madeira, que corresponde a 7 anos.
Terceiro: assegurar, em 2019, a recuperação do tempo previsto no decreto-lei do Governo.
Quarto: eliminar a existência de ultrapassagens que resultam das regras previstas precisamente no decreto-
lei do Governo.
Quinto: possibilitar a utilização do tempo de serviço para efeitos de aposentação ou dispensa de obtenção
de vaga por opção do docente.
Sexto: garantir que o trabalho prestado enquanto professor contratado releva para efeitos de progressão,
assegurando a não discriminação em função da natureza do vínculo.
As propostas que apresentamos correspondem às expectativas dos professores e às suas justas
reivindicações.
O que o PCP pretende é que possam ser aprovadas pela maioria mais ampla possível, num processo de
especialidade célere, que defendemos ter de ficar concluído ainda antes da suspensão dos trabalhos
parlamentares, em virtude das eleições para o Parlamento Europeu, em maio.
Sr.as e Srs. Deputados: Os direitos dos trabalhadores têm de ser respeitados. A contagem do tempo de
serviço é um direito que tem de ser assegurado. O PCP continuará, hoje e sempre, a intervir ao lado dos
professores e educadores para que isto possa ser uma realidade.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Entretanto, assumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Para uma intervenção, pelo Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, tem a palavra a
Sr.ª Deputada Joana Mortágua.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, antes de mais, quero saudar todas as professoras e todos
os professores que se encontram nas galerias e também fora da Assembleia, com quem já tive também
oportunidade de estar.