27 DE ABRIL DE 2019
3
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social, Sr.
Ministro das Finanças, Srs. Secretários de Estado, Sr.as e Srs. Funcionários, Sr.as e Srs. Jornalistas, declaro
aberta a sessão.
Eram 10 horas e 5 minutos.
Peço aos Srs. Agentes da autoridade para abrirem as portas das galerias ao público.
A ordem do dia da sessão de hoje, como sabem, consiste num debate, ao abrigo do artigo 225.º do
Regimento, com o Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social e com o Ministro das Finanças, sobre
o Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública (PREVPAP).
A abrir o debate, para colocar perguntas, tem a palavra a Sr.ª Deputada Carla Barros, do PSD.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Muito obrigada, Sr. Presidente, e muito bom dia, Sr.as e Srs. Deputados, Srs.
Membros do Governo, Sr. Ministro das Finanças e Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social.
Durante várias vezes, nesta Legislatura, o Sr. Primeiro-Ministro, António Costa, nos debates quinzenais,
referiu-se ao Programa de Regularização Extraordinária dos Vínculos Precários na Administração Pública e no
setor empresarial do Estado. Sabemos que este é um dossier rodeado de uma enorme propaganda política,
aliás um dossier fortíssimo de união do Partido Socialista ao Bloco de Esquerda e ao PCP, mas já não se pode
dizer que seja um dossier fortíssimo e credível junto dos trabalhadores, a quem os senhores prometeram a sua
integração até final de 2018 e que hoje ainda não aconteceu.
O Sr. Adão Silva (PSD): — É verdade!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Nesse sentido, o PSD sempre disse que a metodologia era fraca, pouco séria,
pouco transparente, até que o Sr. Primeiro-Ministro resolveu anunciar uma espécie de investigação relâmpago
a este Programa. E é assim que, no dia 11 de outubro, emite um despacho dirigido aos Srs. Ministros Vieira da
Silva e Mário Centeno solicitando um relatório, a 11 de outubro, que evidenciasse as falhas, os atrasos e os
erros relacionados com este Programa.
Ora bem, Sr. Ministro — creio que tenho de dirigir-me ao Sr. Ministro Vieira da Silva, que é o coordenador
político deste Programa, o qual tem tudo de político e menos de administrativo, como sabe —, dirijo-me a si
perguntando-lhe se pode partilhar connosco o relatório dessa investigação relâmpago que o Sr. Primeiro-
Ministro, António Costa, pediu a VV. Ex.as.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança
Social, Vieira da Silva.
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social (Vieira da Silva): — Sr. Presidente, Sr.as e
Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Carla Barros, aquilo que o Sr. Primeiro-Ministro solicitou aos membros do
Governo responsáveis por este dossier é normal. É normal que um Primeiro-Ministro questione os Ministros
sobre o ponto de situação dos dossiers pelos quais são responsáveis. E a resposta que então foi enviada dava
conta dos desenvolvimentos do Programa nas suas diversas vertentes.
Como julgo que a Sr.ª Deputada sabe, este compromisso está no Programa de Governo. É o compromisso
de regularizar as relações de trabalho ilegítimas na Administração Pública central e no setor empresarial do
Estado.
Trata-se de um Programa concebido, desenvolvido de uma forma exigente, mas clara, transparente e
escrutinável. Porquê? Em primeiro lugar, porque a este programa de regularização de vínculos puderam
apresentar a sua candidatura todos os trabalhadores da Administração Pública central e do setor empresarial
do Estado que considerassem que tinham uma relação que não correspondia à natureza da função que
desempenhavam. Todos puderam candidatar-se! E todas essas candidaturas foram avaliadas através de um
processo participado e coordenado ao nível do Governo, participado pelos serviços, pelos sindicatos, e,