I SÉRIE — NÚMERO 80
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Quanto às amas da segurança social, o Sr. Ministro disse, neste Parlamento, em janeiro, que iriam ter um
enquadramento próprio. Estamos em maio, não há ainda qualquer enquadramento próprio e as amas continuam
a aguardar que abra o concurso, depois de os processos já terem sido homologados.
Em segundo lugar, há um problema de comunicação e de transparência. Os trabalhadores que têm sido
objeto destes atrasos não sabem qual o novo calendário com que podem contar, não têm recebido nenhuma
comunicação por parte das CAB (Comissões de Avaliação Bipartida) ou da tutela.
O terceiro problema é o da disparidade de critérios, por exemplo na análise do falso outsourcing. Nos
hospitais, trabalhadores em falso outsourcing tiveram parecer positivo; na RTP, tiveram parecer negativo e
recorreram. Segundo a Ministra da Cultura, os casos vão ser agora reapreciados e vão ser aceites,
aparentemente.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado, já ultrapassou o seu tempo. Peço desculpa, mas hoje a grelha de tempos
é assim.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Vou já terminar, Sr. Presidente, referindo uma última nota: há disparidade
também no número de vagas entre os pareceres positivos e o número de vagas que existem nos programas
operacionais, no IEFP ou nas prisões. Gostava que os Srs. Ministros nos respondessem a isto.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças, Mário Centeno.
O Sr. Ministro das Finanças (Mário Centeno): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Deputado José Moura
Soeiro, na Administração direta e indireta do Estado e no setor empresarial do Estado foram apreciadas 32 785
situações. Dessas, retirando as que foram consideradas não admitidas por razões várias e se retirarmos também
aqueles que já tinham, hoje, um contrato de trabalho com o Estado, 72% foram apreciadas de forma positiva,
com pareceres favoráveis, e 28% com pareceres desfavoráveis. Não há nenhum atraso, Sr. Deputado!
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — Não há atraso?!
O Sr. Ministro das Finanças: — Não há nenhum atraso pelo seguinte: as situações desfavoráveis, como o
Sr. Deputado sabe, seguem, e bem, um processo rigoroso, sério, robusto e muito transparente, com audiências
individuais a cada uma dessas situações.
De todas essas situações, apenas numa das CAB, a da educação, há situações ainda em curso. Todas as
outras estão nesta fase de audiência e estão a ser reapreciadas.
Os casos da RTP e da LUSA, que cita, têm a ver, precisamente, com situações que estão nesta segunda
fase de reapreciação. São situações que podem parecer morosas, mas é essencial que sejam feitas de uma
forma muito, mas mesmo muito, exigente para podermos chegar ao final deste importantíssimo processo de
vinculação de trabalhadores em situação precária, sem nenhuma dificuldade legal associada a este processo.
Todas as situações vão, pois, ser avaliadas e todas elas estão dentro do processo do trâmite da lei que
definimos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Continua no uso da palavra o Sr. Deputado José Moura Soeiro.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Ministro, lamento, mas não tem razão. Nós fizemos a lei neste
Parlamento e pusemos um artigo na lei sobre o setor empresarial do Estado que dizia que, até 31 de maio do
ano passado, os processos estariam concluídos no setor empresarial do Estado. Está na lei, nós escrevemos
essa lei, sabemos os artigos que aprovámos neste Parlamento, sabemos o que pusemos na lei.