I SÉRIE — NÚMERO 80
10
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Deputados, Srs. Ministros, Srs. Secretários de Estado, em
primeiro lugar, o combate à precariedade não é um favor. O combate à precariedade é uma obrigação do Estado.
Aplausos do PCP.
O Governo não está a fazer um favor, está a cumprir a lei e a Constituição no que diz respeito ao princípio
de que a um posto de trabalho permanente tem de corresponder um vínculo efetivo. Os prazos já foram
ultrapassados, Srs. Ministros: 31 de maio de 2018 era o prazo previsto para o setor empresarial do Estado.
Estamos a entrar no mês de maio de 2019 e milhares de trabalhadores aguardam resposta.
O Sr. Ministro das Finanças: — Não são milhares!
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Na Lusa, dos 47 trabalhadores que apresentaram proposta, 25 tiveram parecer
positivo. Para quando a vinculação dos 25 jornalistas da Lusa? Dos 400 pareceres da RTP, apenas 103 tiveram
resposta. Para quando a vinculação destes trabalhadores? Na sua última audição, o Sr. Ministro das Finanças
assumiu, relativamente à RTP Madeira e à RTP Açores, que estes trabalhadores iam ser integrados, mas estes
trabalhadores estão a sofrer represálias por terem lutado, porque estão a retirar-lhes horas do seu trabalho.
Portanto, para quando a vinculação dos 25 jornalistas da Lusa que tiveram resposta positiva, para quando a
vinculação dos 51 trabalhadores da RTP que tiveram resposta positiva há quatro meses, em janeiro, e dos 92
trabalhadores da RTP que tiveram resposta positiva em março?
Os trabalhadores do IEFP que tiveram parecer positivo têm de ter um vínculo efetivo. Não é possível que o
instituto público responsável pela formação dê este mau exemplo na garantia do direito ao emprego com
estabilidade e direitos.
Acerca da Estrutura de Missão para a Extensão da Plataforma Continental, para quando uma solução para
estes trabalhadores? Quanto aos trabalhadores das sociedades Polis, o Ministro do Ambiente vem dizendo há
meses que esta situação vai ser resolvida. Não foi!
Srs. Ministros, cada dia a mais para estes trabalhadores é um dia a menos na justiça que merecem.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José Manuel Pureza.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem de terminar.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Não é um favor, é uma obrigação e é uma exigência que se cumpram os direitos
destes trabalhadores.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem a palavra, para responder, o Sr. Ministro do Trabalho,
Solidariedade e Segurança Social, Vieira da Silva.
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Rita Rato,
como sabemos, e, aliás, por propostas dos diversos grupos parlamentares que se envolveram neste processo
de regularização, este é um processo exigente do ponto de vista dos seus procedimentos, nomeadamente
porque — e bem — concede a todos os interessados não só o direito a apresentarem candidaturas, como o
direito, quando há uma resposta negativa, de, em audiência, poderem contestar essa resposta. Só depois de
concluído este processo se pode, finalmente, integrar todos os trabalhadores caso a caso.
Posso dizer que, no caso da Lusa, já todos os processos foram concluídos e agora será apenas — neste
caso nem há concurso — um processo de integração. Portanto, já houve parecer sobre todos os processos da
Lusa e no caso da RTP ainda não houve porque estão a decorrer audiências de interessados.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Foram homologados?
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Foram homologados sim, Sr. Deputado.
O que posso dizer é que este processo continuará.