27 DE ABRIL DE 2019
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O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada, se quiser
comparar os dados do emprego relativos aos anos a que chamou os anos da troica — também poderia dizer os
anos da governação do PSD e do CDS — com os dados atuais, vamos a isso, Sr.ª Deputada!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Os anos da sua troica!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social: — A Sr.ª Deputada diz que agora há mais
contratos precários! Sr.ª Deputada, está enganada, há é mais emprego, há mais 350 000 postos de trabalho!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
E a grande maioria desses postos de trabalho líquidos que se criaram na economia foram criados com
contratos sem termo!
A Sr.ª Deputada diz que há mais contratos precários. Infelizmente, há. Mas, felizmente, há muito mais
trabalho com vínculos duradouros, e essa é que é a mudança, Sr.ª Deputada!
Aplausos do PS.
Protestos da Deputada do PSD Carla Barros.
Desses a Sr.ª Deputada nunca fala! São mais 350 000 postos de trabalho criados na economia. Essa é a
diferença!
No que toca à Administração Pública e à precariedade, também sabemos qual é a diferença: é a diferença
entre um Governo que lança um processo de regularização dos trabalhadores precários e uma oposição que se
opôs a esse Programa e que, quando foi Governo, criou mais instabilidade, despedimentos, desvinculações e
precariedade.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para uma pergunta, o Sr. Deputado José Moura Soeiro, do Grupo
Parlamentar do Bloco de Esquerda.
O Sr. José Moura Soeiro (BE): — Sr. Presidente, Srs. Ministros, o Bloco de Esquerda tem muito orgulho
nesta lei, que é uma das mais importantes desta Legislatura, depois de décadas de injustiça, de ilegalidades,
de irregularidades, de cultura de precariedade, de esquemas que fizeram do Estado o maior empregador de
precários.
O facto de haver, neste momento, mais de 15 000 trabalhadores que já sabem que terão o seu vínculo
garantido a somar-se aos 10 000 nas autarquias dá-nos uma dimensão do problema e do impacto que esta lei
já teve.
Mas queríamos falar-lhes de problemas e queríamos questionar os Srs. Ministros sobre problemas que, neste
momento, existem. O primeiro é o problema dos atrasos, atrasos na análise dos processos: cinco meses depois
do que deveria ser o fim do prazo, há trabalhadores cujos processos não foram sequer analisados e que não
tiveram qualquer resposta, como é o caso dos técnicos especializados.
Também há atrasos na homologação dos processos. No IEFP (Instituto do Emprego e da Formação
Profissional, I.P.) aguarda-se a análise dos requerimentos para que haja uma homologação, na Lusa (Agência
de Notícias de Portugal, S.A.) o Ministério do Trabalho pede novas fundamentações depois de já ter dado os
pareceres positivos, o que atrasa a homologação e a vinculação dos trabalhadores, e não compreendemos
porquê.
Refiro ainda os atrasos nos concursos e na vinculação dos trabalhadores. Nos laboratórios do Estado existem
trabalhadores cuja situação já foi homologada, mas cujos processos nunca mais são vinculados, regularizados.