I SÉRIE — NÚMERO 80
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O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social:— E essas relações de trabalho
continuarão a existir na formação profissional. O erro foi de quem pretendeu conduzir tudo isso a concursos
nacionais, como se fosse uma espécie de escola pública ou universidade.
A Sr.ª Carla Barros (PSD): — O erro foi terem prometido e não terem cumprido!
O Sr. Ministro do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social:— Mas a responsabilidade que aqui foi
assumida perante os trabalhadores do Instituto do Emprego e Formação Profissional será integralmente
cumprida pelo Governo.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — A próxima pergunta cabe ao Sr. Deputado Ricardo Bexiga, do
Partido Socialista.
Tem a palavra, Sr. Deputado.
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Sr. Presidente, Srs. Membros do Governo, Sr.as e Srs. Deputados, vamos
deixar clara uma coisa neste debate de hoje: o PREVPAP é um programa no âmbito daquilo que estava previsto
no programa eleitoral do Partido Socialista, e existe porque está previsto no Programa deste Governo.
Vozes do PS: — Muito bem!
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Nós, ao contrário do balanço que parece, de certa forma, estar a resultar
desta discussão, temos muito orgulho nele. Foi elaborado com a ideia muito clara de reforçar a modernização
da Administração Pública e, sobretudo, de valorizar o trabalho em função pública, acabando com o trabalho
precário e dando, de novo, dignidade ao exercício dessas funções.
Não, este Governo não fez, Srs. Deputados do PSD e do CDS, aquilo que os senhores fizeram enquanto
foram Governo.
Protestos da Deputada do PSD Carla Barros.
Os senhores desenvolveram a maior campanha de destruição da Administração Pública, desvalorizando os
trabalhadores da função pública, congelando carreiras, aumentando horários, desvalorizando salários,
privatizando funções!
Aplausos do PS.
Não, o PS e este Governo não aceitam e não farão o que os senhores fizeram!
Mas, Sr.as e Srs. Deputados, vamos ser claros: não tínhamos — todos nós, Srs. Deputados —, consciência
das dificuldades que iríamos ter neste processo? Bastaria ler o relatório do grupo de trabalho que foi constituído
para fazer o levantamento dos diversos instrumentos de contratação que existem na Administração Pública e
verificaríamos logo a complexidade que não era expectável do ponto de vista do que era necessário gerir. São
50 páginas com diversos instrumentos que não estavam, sequer, previstos no que inicialmente foi discutido
nesta Assembleia e que levaram, naturalmente, a que este processo fosse complexo, embora tenha sido
participado, transparente e escrutinado.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Queira terminar, Sr. Deputado, por favor.
O Sr. Ricardo Bexiga (PS): — Sr. Presidente, peço, pois, ao Governo um balanço relativamente às seguintes
questões: qual o número de requerimentos apresentados no programa? Qual, até hoje, o número de pareceres
analisados pelas CAB e qual a percentagem de pareceres favoráveis? E qual o número de pareceres aprovados
e homologados?