27 DE ABRIL DE 2019
19
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças Mário
Centeno.
O Sr. Ministro das Finanças: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Joana Mortágua, acho que temos de nos
entender na forma como nos referimos ao PREVPAP. Estou certo que a Sr.ª Deputada concordará comigo.
Estes trabalhadores, estes técnicos especializados da CAB da educação, cujos processos ainda estão a ser
trabalhados, não têm a vida pendurada, Sr.ª Deputada. Eles têm uma expectativa de resolver a sua situação,
que foi criada por esta lei, nesta Legislatura, e é essa a valorização que devemos fazer. Insisto: não podemos
cometer ilegalidades em nome de uma lei. Estamos todos empenhadíssimos e estou certo que a CAB da
educação o está a fazer, porque são dezenas e dezenas de reuniões para tratar, como muito disse a Sr.ª
Deputada, milhares de processos, e que têm de ser tratados com um caráter de equidade e de transversalidade
que não pode ser posto em causa.
A Sr.ª Deputada sabe exatamente tão bem quanto eu que a litigância sobre relações laborais e contratuais
gera uma instabilidade no local de trabalho porventura superior à que existia quando, efetivamente, estes
trabalhadores tinham a sua vida pendurada, o que não acontece no quadro legal presente.
Portanto, não posso, em nome da verdade e da criação de expectativas — as que existem são as que a lei
garante —, responder à pergunta que me faz com uma data. Aliás, a Sr.ª Secretária de Estado Adjunta e da
Educação esteve cá na semana passada e reconheceu exatamente isso: o trabalho está a ser feito, estamos a
concluir todo este processo, que é um processo da maior transcendência para a Administração Pública, para
cada um dos seus trabalhadores envolvidos. Esses processos vão ser concluídos, isso posso garantir-lhe.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Sr. Ministro, faça o favor de terminar.
O Sr. Ministro das Finanças: — Vou terminar, Sr. Presidente, reafirmando a disponibilidade do Governo e
de toda a Administração Pública para a conclusão efetiva, e com sucesso, deste processo, que é exatamente a
fase em que estamos.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Tem, de novo, a palavra Sr.ª Deputada Joana Mortágua.
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, um intérprete de língua gestual que vá para o
terceiro ano letivo consecutivo com o seu contrato prorrogado sem saber se irá ou não ficar no sistema de
educação vai perdendo oportunidades de emprego, vai recusando oportunidades de emprego. Portanto, sim,
tem a vida pendurada.
Um prazo é definitivo, o desta Legislatura, e até ao final desta Legislatura todos estes técnicos terão uma
resposta. Mas eles também querem garantias. Querem garantias de que haverá tantas vagas quantos os
pareceres positivos e que nenhum técnico com parecer negativo será depois substituído por um protocolo com
CRI (centro de recursos para a inclusão) ou por um recurso municipal. Portanto, também gostaria de perguntar-
lhe se pode dar a garantia a estes técnicos de que a sua vinculação não vai ser atrapalhada nem pelo processo
de transferência de competências, nem pelos protocolos com os CRI.
Aplausos do BE.
O Sr. Presidente (José Manuel Pureza): — Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro das Finanças, Mário
Centeno.
O Sr. Ministro das Finanças: — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Joana Mortágua, a garantia que posso dar-
lhe — e cá estaremos todos para fiscalizar esta garantia e o cumprimento da lei — é o que todos nós, em
conjunto, estabelecemos como critérios na lei do PREVPAP para a vinculação. Não vou substituir-me às CAB,
não posso fazer isso, ninguém o pode fazer e, portanto, haverá, seguramente, uma decisão conforme à lei, como
tenho a garantia de que todos os resultados já homologados pelo Governo o fazem.