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9 DE MAIO DE 2019

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Por outro lado, também gostava de deixar claro que Os Verdes consideram absolutamente inaceitável e

inadmissível a chantagem feita pela boca do próprio Sr. Primeiro-Ministro, dizendo que se demitia caso fosse

aprovada a contagem de todo o tempo de serviço dos professores.

Perante isto, Os Verdes mantêm a sua coerência e a sua intransigência na defesa deste direito dos

trabalhadores.

Mas qual foi a postura da direita? A postura da direita foi a de «dar o dito por não dito» — de resto, de uma

forma absolutamente atabalhoada — e determinar que são a favor do princípio da contagem de todo o tempo

de serviço, mas não são a favor do pagamento. Efetivamente, é esta a postura da direita. Ou seja, o que resulta

da sua posição é uma absoluta traição aos professores. Foi isso que PSD e CDS ofereceram.

De resto, não admira, Sr. Deputado, porque, se nos lembrarmos, a política de educação do PSD e do CDS,

designadamente em relação aos professores, revelou uma atitude brutal, de total desrespeito, convidando-os

inclusivamente, se bem nos lembramos, a sair do País para procurar trabalho noutros lugares, traduzindo-se

isso num despedimento atroz.

Protestos da Deputada do PSD Joana Barata Lopes.

Agora, a pergunta muito concreta que gostava de fazer ao Sr. Deputado é esta: cabe na cabeça de alguém…

O Sr. Presidente: — Tem de concluir, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Vou mesmo terminar, Sr. Presidente.

Como dizia, cabe na cabeça de alguém — e são tantos os que têm na boca o princípio da equidade — que,

na Madeira e nos Açores, os professores vejam recuperado todo o tempo de serviço e, no continente, sejam

discriminados?!

O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, tem mesmo de concluir.

A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Isto cabe na cabeça de alguém, Sr. Deputado?!

Aplausos de Os Verdes.

O Sr. Presidente: — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado Pedro Filipe Soares.

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, devo dizer-lhe que

quando vi, num jornal, declarações de um Deputado César, que dizia que, para respeitar os professores, era

necessário garantir um plano de faseamento para o descongelamento das carreiras, estranhei e tive de reler por

duas vezes. Depois, percebi que não era Carlos César, mas era um César, era o filho, que também é Deputado,

não na Assembleia da República, mas, sim, no Parlamento regional!

E porquê? Porque o PS tem duas caras e duas medidas.

Protestos de Deputados do PS.

Considera essencial e necessário nos Açores, mas considera inconstitucional e irresponsável no continente.

É este o PS que temos!

Nós consideramos que é, de facto, necessário ter respeito pelos professores e pelas carreiras especiais.

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Isso é baixeza!

O Sr. Pedro Filipe Soares (BE): — Sr.ª Deputada, creio que partilhamos algumas das angústias dos

momentos mais tensos desta Legislatura e sabemos quão difícil foi chegarmos a acordos com o Governo, com

o Partido Socialista, em matérias essenciais.