9 DE MAIO DE 2019
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Com este Governo que a geringonça criou, a carga fiscal atingiu um valor recorde. Nunca — sublinho, nunca!
— o Estado se tinha apropriado de uma tão grande parte da riqueza criada pelos portugueses. Isto não é apenas
um indicador ou um número, é a medida em que o Estado retira à iniciativa privada, em impostos, a liberdade
para aplicar o fruto do seu próprio esforço.
Nesta matéria, é bom lembrar que o Governo não teve nenhum problema em reunir a concordância da
geringonça para, juntos, conseguirem esta carga fiscal recorde ou para, juntos, chumbarem as propostas do
CDS para retirar a sobretaxa dos combustíveis, do gasóleo.
A carga fiscal não é apenas um número virtual, são, sobretudo, impostos reais e este é o País real, o País
da carga fiscal mais elevada de sempre.
Ao mesmo tempo, o investimento público chegou a cair para valores muito inferiores aos do período dificílimo
da troica e ainda agora não atingiu os valores de 2015. É também isto que explica as miseráveis taxas de
execução dos fundos comunitários, que significam oportunidades que Portugal tem perdido no seu
desenvolvimento, sobretudo em setores tão fundamentais como o mar, a agricultura ou a ferrovia.
Este é o País com o investimento público eternamente adiado, em que o PS, como prémio, coloca o ministro
que era principalmente responsável por estes fundos como cabeça de lista das eleições europeias. Talvez isto
explique as vossas dificuldades com esta campanha!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Na saúde, os portugueses desesperam com a crescente degradação
dos hospitais, de dia para dia, ano após ano.
Quando o Bastonário da Ordem dos Médicos lamentou que nunca se tivesse esclarecido a situação dos mais
de 2600 doentes que morreram enquanto aguardavam uma cirurgia, apurando-se as causas concretas,
chegámos ao cúmulo de ter uma Ministra da Saúde que respondeu que 70% das pessoas — pessoas! — que
morreram em listas de espera para cirurgia estavam dentro do tempo máximo de resposta garantido. Para a Sr.ª
Ministra da Saúde, estas declarações e esta atitude, profundamente lamentáveis, são uma resposta aceitável.
Para o Primeiro-Ministro, que não só não se demitiu como também não foi capaz de demitir a Ministra, também
foi uma resposta aceitável.
Vozes do CDS-PP: — Muito bem!
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Para a Sr.ª Ministra, que tem feito asneira atrás de asneira desde que
é ministra, as pessoas que morreram à espera de uma cirurgia que nunca chegou e os 30% de pessoas que
morreram à espera de cirurgias fora do tempo de espera clinicamente aceitável não contam, não existem, não
merecem resposta, não passam de uma estatística e de um número. Esta é a resposta que o Sr. Primeiro-
Ministro dá aos problemas reais do País real!
Aplausos do CDS-PP.
Nesta matéria, as únicas demissões que tivemos como resultado do estado lamentável a que chegou a saúde
em Portugal foram as de administradores e de diretores de serviços, que, com coragem, fizeram frente ao
Governo e denunciaram a maneira vergonhosa como não lhes davam condições para tratar os doentes.
A todos estes problemas, o Governo e, sobretudo, a geringonça responderam sacrificando os doentes à
ideologia.
O Primeiro-Ministro que não se demitiu quando morreram 116 pessoas nos incêndios é o mesmo Primeiro-
Ministro que ainda hoje não foi capaz de dar uma resposta cabal e transparente quanto à aplicação dos dinheiros
dos donativos e às irregularidades na reconstrução de casas em Pedrogão Grande.
Protestos do Deputado do BE Moisés Ferreira.
Vale a pena falar, também, do problema da família socialista, os verdadeiros novos donos disto tudo.