9 DE MAIO DE 2019
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A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — É um bocadinho difícil conseguir dar uma resposta articulada para que
alguém consiga entender sendo sistematicamente interrompida.
Sr. Deputado, o CDS absteve-se porque concordamos com o princípio, mas achamos que, sem mais e sem
responsabilidade orçamental, é irresponsável. O Sr. Deputado é que, pelos vistos, no espaço de meio ano,
mudou radicalmente de ideias.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, a Sr.ª Deputada Paula Santos, do Grupo
Parlamentar do PCP.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, o CDS
traz uma intervenção repetindo a ladainha a que já nos habituou, procurando fugir a uma questão que
consideramos relevante, particularmente a alteração de posicionamento do CDS da semana passada para o
passado fim de semana, a qual percebemos ser desconfortável, porque o partido que, durante esta Legislatura,
exigia a demissão do Governo é o partido que, agora, altera a sua posição exatamente para dar a mão ao
Governo.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Mas, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, o CDS, inicialmente, valorizou a
aprovação das propostas apresentadas sem quaisquer condicionalismos, sejam os de natureza económica, seja
a revisão da carreira docente.
A Deputada Assunção Cristas acrescentou, de seguida, que as propostas não tinham nenhum impacto
financeiro e que, para o futuro, era uma questão de negociação.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Isso mesmo!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Depois, multiplicando-se em várias declarações, procuram justificar o
injustificável, o CDS dá o dito por não dito, recuando em toda a linha naquilo que já tinha afirmado, altera o seu
posicionamento e sentido de voto em função dos critérios que, antes, não considerava decisivos.
Sr.ª Deputada, a questão é a seguinte: o que mudou, de facto, nestes últimos dias para a alteração da
posição? Se o texto aprovado não tinha nenhum impacto financeiro, passou a ter impacto financeiro para alterar
essa sua posição? Porque mudaram de opinião?
O CDS sabe tão bem quanto nós que as propostas que apresentou, de condicionamento da contagem de
tempo de serviço, significam impedir a reposição deste direito e propuseram, inclusivamente, com a revisão do
Estatuto da Carreira Docente, o objetivo de retirar mais direitos. Esse é o caminho que o CDS propõe, o que
significa desvalorizar não só os professores, mas também os enfermeiros, os militares, as forças de segurança,
os trabalhadores judiciais.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Exatamente!
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Para isto, não conta com o PCP.
A questão que lhe quero deixar, Sr.ª Deputada, é a seguinte:…
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Paula Santos (PCP): — Vou terminar mesmo, Sr. Presidente.
Sr.ª Deputada, a questão que lhe quero deixar é a seguinte: agora que a UTAO clarificou que o impacto
orçamental desta medida não é aquilo que o Governo propagandeou, agora que está à vista que a reposição
deste direito não tem, nem de perto, os efeitos da catástrofe que foi anunciada pelo Governo, o CDS vai aprovar
de acordo com o que votou na quinta-feira ou vai ceder ao que o Governo do PS exigiu?