I SÉRIE — NÚMERO 83
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de Rui Rio e Assunção Cristas numa bandeja de prata para comprovar a sua fidelidade ao juramento do Pacto
de Estabilidade. O que nenhum desses três partidos pode fazer é limpar-se do prejuízo que causa, com as suas
opções de desconsideração pelo trabalho de milhares de trabalhadores que, todos os dias, constroem o futuro
do País.
Aplausos do PCP.
A opção que PS, PSD e CDS se preparam para fazer mais uma vez, de colocar as imposições da União
Europeia, o tratado orçamental e o Pacto de Estabilidade à frente dos direitos dos trabalhadores, é errada e
prejudica o desenvolvimento e o futuro de Portugal.
Todos os trabalhadores, incluindo os das carreiras especiais, têm direito a que o trabalho que prestaram seja
considerado para efeitos da sua progressão na carreira. O seu trabalho merece consideração e é mais
importante que quaisquer metas orçamentais, sobretudo aquelas que nos são impostas externamente, a partir
da União Europeia, sem qualquer preocupação com as condições de vida do povo e o desenvolvimento do País.
O trabalho dos professores que preparam os jovens de hoje para serem os homens e as mulheres do futuro;
o trabalho dos médicos, enfermeiros e outros profissionais que asseguram a saúde dos portugueses; o trabalho
dos militares que asseguram as nossas soberania e defesa nacionais; o trabalho dos polícias e outros
profissionais que asseguram a segurança e a tranquilidade das populações; o trabalho dos magistrados e
funcionários judiciais que asseguram o funcionamento do sistema de justiça; o trabalho dos cientistas e
investigadores que procuram fazer de Portugal um País científica e tecnologicamente avançado e desenvolvido,
o trabalho de todos eles é mais importante que o cumprimento das metas orçamentais impostas por Bruxelas,
contra os interesses nacionais, e que PS, PSD e CDS colocam como prioridade.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O que é preciso é avançar. Andar para trás, não!
O Sr. António Filipe (PCP): — Muito bem!
O Sr. João Oliveira (PCP): — O caminho que é necessário, como os últimos anos revelam com clareza, é o
da valorização dos trabalhadores e dos seus salários e direitos como condição para a criação de emprego e o
desenvolvimento do País.
O caminho a fazer é o do aumento geral dos salários para todos os trabalhadores, com a valorização das
carreiras e da experiência profissional, do aumento significativo do salário mínimo nacional, de modo a permitir
a concretização de 850 € mensais, da revogação das normas gravosas da legislação laboral, do combate à
precariedade, da garantia de horários de trabalho dignos, do aumento das pensões de reforma e dos apoios
sociais, do investimento nos serviços públicos e nas funções sociais do Estado, do apoio à produção nacional e
aos setores produtivos.
É isso que se impõe: avançar na defesa e valorização dos direitos dos trabalhadores e do povo, e não andar
para trás, com a submissão às chantagens e arbitrariedades da União Europeia.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
Entretanto, assumiu a presidência o Vice-Presidente José de Matos Correia.
O Sr. Presidente: — Sr. Deputado João Oliveira, inscreveram-se quatro Srs. Deputados para pedir
esclarecimentos.
Como pretende responder?
O Sr. João Oliveira (PCP): — Um a um, Sr. Presidente.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Muito bem.