9 DE MAIO DE 2019
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O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, devo dizer-lhe que, de
alguma forma, não tanto pelo que disse, mas pela divisão do tempo que utilizou, a sua intervenção foi um pouco
surpreendente.
Em vez de falar daquilo que hoje parece mais do que evidente, isto é, a peça de teatro de mau gosto…
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — A cambalhota!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … que foi feita pelo Sr. Primeiro-Ministro na passada sexta-feira, a
verdadeira farsa política que, cada vez mais, é diariamente desmascarada com factos e números, o Sr.
Deputado, misturando PS, PSD e CDS naquilo que não é misturável — muito menos nesta questão, muito
menos no dia de hoje —, decidiu dizer que o que é preciso, o que se impõe, o que é necessário é andar para a
frente, e até pacto de agressão falou, Sr. Deputado!
Porém, aqui chegados, deixe-me que lhe lembre duas coisas.
Primeiro, quem tem estado a agredir tudo aquilo de que o Sr. Deputado falou são os seus camaradas de
coligação, durante quatro anos.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Isso!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — São os camaradas que, com o Sr. Deputado e os votos do seu partido,
tiveram quatro anos de quatro Orçamentos aprovados de borla, por parte do Partido Comunista Português.
A Sr.ª Isabel Galriça Neto (CDS-PP): — Muito bem!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Era isso que, se calhar, o Sr. Deputado devia justificar àqueles que
confiaram o voto em si e que, seguramente, estavam à espera de outro resultado que não esta cambalhota do
Partido Socialista, repito, seus camaradas de caminho!
Protestos do PS e do PCP.
Aqui chegados, Sr. Deputado, há que dizê-lo, há uma discordância que não é de hoje, é de sempre, entre o
Partido Comunista Português e o CDS.
Os senhores, coerentemente, mas, a nosso ver, de forma irresponsável, querem contar tudo, pagar tudo, já!
A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — É mentira!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Nós, coerentemente também, e de forma moderada, achamos que se
deve ter em conta, nomeadamente, medidas de impacto orçamental positivo que reduzam a despesa do Estado,
por exemplo, quanto à avaliação e à revisão das carreiras. Estamos os dois onde sempre estivemos, ainda que
em sentido oposto.
Mas, Sr. Deputado, há, de facto, aqui alguém que aprovou uma resolução e que fez uma pirueta, que foi o
Partido Socialista,…
O Sr. Jorge Machado (PCP): — O CDS também fez!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … que essa, sim, é uma posição não só incoerente como hipócrita,
porque, afinal, diz uma coisa e faz outra. Quanto a isso, Sr. Deputado, gostava que fosse mais claro.
Por fim, Sr. Deputado — e esta é a pergunta, Sr. Presidente —,…
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem mesmo de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … é curioso que, feita esta divisão entre as posições hipócritas, a meu
ver, irresponsáveis, e aquelas que são moderadas, a central sindical que V. Ex.ª apoia é aquela que apela a V.