I SÉRIE — NÚMERO 83
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Ex.ª para que seja moderado e vote as moderadas. Essa é a justificação que o Sr. Deputado também tem de
dar.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Nuno Magalhães, agradeço as questões que
colocou.
Sr. Deputado, compreendo o incómodo do seu partido, o CDS, porque a intervenção do PCP não poupa
responsabilidades a ninguém.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Culpa as suas!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Não poupamos responsabilidades ao PS, que, neste último ano e meio,
recusou concretizar aquilo que ficou decidido em três Orçamentos do Estado e numa resolução da Assembleia
da República — não poupamos essa responsabilidade ao Partido Socialista e, de resto, nunca o temos poupado
—, mas, Sr. Deputado Nuno Magalhães, também não poupamos ao PSD nem ao CDS a responsabilidade por
terem decidido entrar em cena com o PS nesta farsa, como o Sr. Deputado a designou.
É que o PSD e o CDS podiam até ter-se remetido ao papel de espectadores, mas não, o PSD e o CDS
aceitaram fazer parte desta farsa, infelizmente a serem manobrados pelo Governo do Partido Socialista. O que
tivemos na quinta-feira, na sexta-feira e no sábado foi um discurso — que até éramos capazes de valorizar —
do PSD e do CDS recusando os argumentos da catástrofe orçamental que o Governo falsamente lançou para o
debate e explicando que as decisões que tinham sido tomadas na Comissão de Educação, apesar de não
corresponderem às propostas de faseamento que o PCP tinha apresentado, apesar de não corresponderem a
uma solução definitiva que, com as propostas do PCP, tinha ficado clarificada, ainda assim, apontavam um
quadro de concretização do direito à progressão da carreira não só para os professores, mas também para
outros setores muito importantes, como os militares, os profissionais das forças e serviços de segurança — a
saber, os polícias —, os médicos e os enfermeiros, os magistrados e os funcionários judiciais. Todos esses
corpos especiais estão à espera da solução dos professores para verem o seu problema resolvido.
O que é que o CDS e o PSD decidiram fazer? De quinta a sábado, sustentaram as propostas que tinham
aprovado e valorizaram-nas e no domingo aparecem a dizer exatamente o contrário, afinal de contas a
claudicarem perante as exigências do Governo do Partido Socialista!
E, Sr. Deputado Nuno Magalhães, não se engane: na próxima sexta-feira, quando aqui forem votadas, em
votação final global, aquelas propostas, o PCP manterá o sentido de voto,…
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Nós também!
O Sr. João Oliveira (PCP): — … que, coerente e ponderadamente, definiu para as votações que se
realizaram na quinta-feira.
Votaremos favoravelmente o texto que aprovámos na Comissão de Educação, em nome da defesa dos
interesses dos trabalhadores com carreiras especiais — professores e restantes —, e esperamos que o PSD e
o CDS façam exatamente o mesmo. Aliás, depois do esclarecimento que a UTAO já fez, em que afinal de contas
o impacto orçamental destas medidas não é aquilo que o Governo anunciou, gostávamos ainda de ter resposta,
por parte do CDS, sobre se vai manter a votação que fez na Comissão ou se vai mesmo mudar o sentido de
voto, como o Governo exigiu e o CDS, aparentemente, se prepara para fazer.
Aplausos do PCP e de Os Verdes.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, devo dizer que, em termos de tempo de resposta,
melhorou um bocadinho. No último pedido de esclarecimento, já responderá dentro dos 2 minutos.
Tem a palavra, para pedir esclarecimentos, o Sr. Deputado Moisés Ferreira, do Bloco de Esquerda.