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9 DE MAIO DE 2019

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O primeiro pedido de esclarecimento é da Sr.ª Deputada Jamila Madeira, do Partido Socialista.

Faça favor, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado João Oliveira, «avançar» foi o seu lema, e é

isso que temos feito nos últimos anos, desde 2015.

A economia portuguesa tem estado em expansão e tem tido o melhor desempenho no conjunto dos países

da zona euro, continuando Portugal a convergir com a Europa pelo terceiro ano consecutivo. Apesar das

incertezas e do abrandamento internacional, Portugal tem um abrandamento menos acentuado e continua a

convergir com a União Europeia.

Durante toda a Legislatura, trabalhámos para contas certas: sim, reduzir o défice para o mais baixo da história

da nossa democracia; sim, diminuir a dívida pública para abaixo dos 120%; sim, continuar a reduzir os encargos

com juros para os mais baixos de sempre.

Com isto, ganhámos credibilidade nacional, europeia e internacional, cumprimos compromissos e, ao mesmo

tempo, repusemos salários; descongelámos carreiras; terminámos com a sobretaxa; diminuímos o desemprego

para 6,4%; aumentámos apoios sociais; diminuímos a pobreza, como os dados mais recentes demonstram;

atingimos, em 2017, data dos dados mais recentes, a taxa de risco de pobreza e o nível de desigualdade mais

baixos de sempre; também o indicador de desigualdade salarial entre os rendimentos dos 20% mais ricos e dos

20% mais pobres atingiu o melhor resultado desde que há registos; e relembremos que, nos últimos anos,

aumentámos o salário mínimo em 24% e o salário médio já subiu para os 983 €, apesar de ainda haver um longo

caminho a fazer.

Tudo isto foi feito com contas certas, com compromissos com a União Europeia, com a solidez de quem não

quer passos em falso ou passos maiores do que a perna.

Por isso, aumentar a despesa sem limites, dar tudo a todos e ao mesmo tempo, aumentar mais 41% o salário

mínimo sem garantir, também, uma progressão necessária e urgente dos salários intermédios não é avançar,

Sr. Deputado, é apenas garantir que podemos derrapar logo a seguir, um pouco mais à frente.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Terminarei, Sr. Presidente.

O PS não vai por aí e apelamos para que o PCP, tendo ajudado em muitas destas conquistas, continue a

colaborar para que estes passos continuem a ser dados dentro da União Europeia, com a credibilidade

necessária, em nome dos portugueses e dos valores que defendemos durante os anos desta Legislatura, em

nome de não voltar para trás, contas certas e um Portugal certamente melhor do que aquele que recebemos em

2015.

Aplausos do PS.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para responder, tem a palavra o Sr. Deputado João Oliveira.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Jamila Madeira, agradeço a questão que me

colocou.

Naturalmente, como, de resto, disse na minha intervenção, o PCP valoriza muito os resultados positivos que

foram conquistados, do ponto de vista económico e social, como muitas das medidas positivas que foram sendo

tomadas ao longo destes três anos e meio, medidas para as quais o PCP contribuiu decisivamente.

Aliás, repetiria aquilo que disse na minha intervenção: se, hoje, temos os resultados que temos, do ponto de

vista económico e social, foi porque essas medidas foram tomadas, não foi porque foram cumpridas as

imposições da União Europeia, não foi porque foram cumpridas as metas do défice, que não têm critério

rigorosamente nenhum de ligação à realidade nacional e são uma imposição externa que nos é completamente

alheia.

Sr.ª Deputada, arriscava-me até a dizer outra coisa: também é verdade que a discussão sobre a reposição

do direito à progressão na carreira que estamos agora a fazer é um exemplo que podíamos multiplicar pelo

conjunto das outras medidas que foram tomadas.