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I SÉRIE — NÚMERO 83

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É que, em todas as outras medidas positivas que foram tomadas e que contribuíram para este resultado

económico e social que a Sr.ª Deputada refere, também encontrámos a pressão, a força do PCP a empurrar

para a frente, ao passo que o PS e o Governo estavam sempre a puxar para trás, sempre a travar, sempre a

tentar diminuir o alcance das medidas que eram tomadas.

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Não é verdade!

O Sr. João Oliveira (PCP): — A Sr.ª Deputada sabe que foi assim em relação ao aumento das pensões,

sabe que foi assim em relação à garantia da gratuitidade dos manuais escolares, sabe que foi assim em relação

ao aumento do abono de família, em relação à reposição dos salários, em relação ao apoio aos desempregados

e até em relação à questão da reforma dos trabalhadores das pedreiras e das minas. Foi preciso sempre o PCP

empurrar, empurrar, empurrar, porque a vontade do PS era no sentido de travar, travar, travar!

Aplausos do PCP.

Aliás, esta discussão a propósito da reposição das carreiras é um exemplo flagrante disso mesmo que

estamos a enfrentar.

Arriscava-me, até, a colocar-lhe outra questão, Sr.ª Deputada: depois do trabalho todo que foi preciso fazer

para alcançarmos todas essas medidas positivas, no momento em que está claro que o caminho que o País tem

de fazer é o de aprofundar as medidas que foram tomadas e não o de travar o passo, porque é que o PS, a

cinco meses de eleições para a Assembleia da República, havia de querer deitar o Governo abaixo?

A resposta, infelizmente, é óbvia, Sr.ª Deputada: é por calculismo eleitoral, é pela fixação na maioria absoluta

e é porque o Partido Socialista se quer desfazer desta correlação de forças e da força do PCP, que empurrou o

PS para tomar medidas que não queria tomar.

A Sr.ª Jamila Madeira (PS): — Não é, não!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, queira terminar.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Concluo, Sr. Presidente, dizendo à Sr.ª Deputada Jamila Madeira que a razão

pela qual o PS se quer apanhar de mãos livres é muito flagrante. É ouvir os discursos que foram feitos este fim

de semana por vários membros do Governo, repetindo o argumentário de Passos Coelho, Vítor Gaspar, Maria

Luís Albuquerque, Paulo Portas, repetindo a chantagem dos papões orçamentais, repetindo as ameaças dos

cortes nos direitos para poder repor outros, procurando virar trabalhadores contra trabalhadores.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, tem mesmo de terminar.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Para quê? Para travar os avanços, para impor retrocessos!

Sr.ª Deputada Jamila Madeira, se é por isto que o PS quer ter as mãos livres para governar sozinho, então,

os portugueses vão ter de dar uma resposta quanto ao caminho que têm de escolher, para que ele seja

efetivamente de avanço e não de travagens ou retrocessos, como o PS pretende.

Aplausos do PCP e de Os Verdes.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr. Deputado, excedeu em 50% o tempo de que dispunha, o

que é manifestamente excessivo. Portanto, peço-lhe que, nas próximas respostas, não o faça.

O Sr. João Oliveira (PCP): — Tem razão!

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, em nome do CDS-PP, tem agora

a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.