I SÉRIE — NÚMERO 83
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Primeiro eram algumas nomeações, depois eram umas quantas coincidências, mas creio que todos
perceberão que 50 pessoas e 20 famílias não são apenas casos pontuais nem são apenas coincidências. São
um padrão, e um padrão a que, em Lisboa, aparentemente, já nem os cemitérios escapam!
A solução para isto não é uma lei para inglês ver, é uma ética para o Governo ter.
Aplausos do CDS-PP.
Por último, vale a pena lembrar que este é o Governo que se gaba sempre de ter resolvido o problema dos
bancos. É um eufemismo para dizer que, através de recapitalizações ou de empréstimos ao Fundo de
Resolução, vai meter no sistema financeiro todo o dinheiro que os bancos pedirem. Mais precisamente, 9000
milhões de euros desde 2015.
Assim aconteceu, muito recentemente, com o Novo Banco, com a duplicação da verba que estava prevista
no Orçamento do Estado para lá aplicar. Nessa altura, não houve problemas com o défice, não houve crises,
não houve problemas de aumento de despesa e não houve ameaças de demissão. O Governo arranja o dinheiro
e ponto final, parágrafo.
Sr.as e Srs. Deputados: Para além de todos os teatros do Sr. Primeiro-Ministro, esquecido atrás de cortinas
de fumo e de crises virtuais há um País real, um País que, nos últimos anos, perdeu a sua grande oportunidade
de crescimento, que está entre os países que menos crescem e com um dos piores rendimentos da zona euro.
Protestos da Deputada do PS Joana Lima.
A esse País, que quer aproveitar as oportunidades que conquistou com grande sacrifício, depois de tempos
muito difíceis, o Governo nada tem a dizer.
O Sr. Presidente: — Já ultrapassou o tempo de que dispunha, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Cecília Meireles (CDS-PP): — Com certeza, Sr. Presidente, terminei, então.
Aplausos do CDS-PP.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, a Mesa regista a inscrição de três Srs. Deputados para pedidos de
esclarecimento: do Sr. Deputado João Paulo Correia, do PS; a Sr.ª Deputada Paula Santos, do PCP; e a Sr.ª
Deputada Mariana Mortágua, do Bloco de Esquerda.
Tem, então, a palavra o Sr. Deputado João Paulo Correia.
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Sr. Presidente, Sr.ª Deputada Cecília Meireles, falou em golpe de teatro.
O único golpe de teatro que os portugueses conhecem é o súbito interesse do CDS e do PSD pelo Serviço
Nacional de Saúde, pela defesa da escola pública e dos professores.
Aplausos do PS.
É que os portugueses não esquecem que foi o anterior Governo que cortou 1300 milhões de euros no Serviço
Nacional de Saúde, que cortou nos salários dos professores e e que desinvestiu na escola pública, abandonou
a escola pública.
Os portugueses não esquecem que, nesta Legislatura, quando este Governo e esta maioria parlamentar
reduziram a carga horária de 40 para 35 horas para os professores, o CDS esteve contra.
Vozes do PS: — É verdade!
O Sr. João Paulo Correia (PS): — Quando esta maioria repôs os feriados, o CDS esteve contra.
Aplausos do PS.