9 DE MAIO DE 2019
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O PSD quer infernizar permanentemente a vida da escola pública, impondo que este seja tema único de
negociação, ano após ano, alimentando uma crispação permanente, absolutamente prejudicial à escola pública
e aos próprios professores, que estão cansados de serem tratados como se houvesse qualquer conflito de
interesses entre os docentes e o País que eles servem todos os dias.
Aplausos do PS.
O PS e o Governo não podiam acomodar-se a esse golpe. Por isso, o Primeiro-Ministro alertou, claramente,
o País para o que estava em causa, porque a insustentabilidade financeira de uma medida vai sempre a par da
sua insustentabilidade social.
O Primeiro-Ministro foi leal com os portugueses e isso só pode merecer o nosso apoio.
Aplausos do PS.
Srs. Deputados, com o descongelamento das carreiras prestes a começar, com o Orçamento do Estado para
2018 em preparação, foi suscitada a questão nova da recuperação do tempo de serviço, que não estava no
programa eleitoral de nenhum partido, que não estava no Programa do Governo, que não estava nos acordos à
esquerda. Mesmo assim, dissemos: «vamos ver o que é possível fazer».
O Sr. Pedro Pimpão (PSD): — Não, não, ao contrário!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sim, o PS votou uma recomendação para que o Governo procurasse a
recuperação do tempo de serviço.
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Todo! Todo o tempo de serviço!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sim, o PS disse que devíamos tentar, mas que isso só podia fazer-se em
negociação entre Governo e sindicatos,…
A Sr.ª Ana Rita Bessa (CDS-PP): — Em negociação?! A sério?!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — … como, aliás, está escrito na própria recomendação que aprovámos. E foi isso
que o Governo fez: tentou! Assinou com os sindicatos uma declaração de compromisso que definia três variáveis
fundamentais para a negociação: o tempo, o modo e o calendário da recuperação.
O próprio porta-voz sindical, na madrugada da assinatura do compromisso, reconheceu isso mesmo: «Se
aqui tivesse ficado escrito nove anos, quatro meses e dois dias, este documento não se chamaria declaração
de compromisso e chamar-se-ia, provavelmente, acordo. (…) Saímos com tudo em aberto».
Aplausos do PS.
Portanto, ao contrário do que dizem os que querem reescrever a história, o tempo a recuperar ficou definido
como uma das variáveis a negociar.
O Governo empenhou-se nas negociações: saiu da sua posição inicial — descongelamento, mas não
recuperação — e aproximou-se da posição sindical, propondo quase três anos de recuperação, passo de
aproximação que os sindicatos nunca deram. Eles escolheram o Governo como inimigo e, desse modo, serviram
mal os interesses dos professores.
Aplausos do PS.
Na verdade, quem falta ao respeito aos professores são aqueles que os tentam instrumentalizar.
Aplausos do PS.