I SÉRIE — NÚMERO 83
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Risos do Deputado do PSD Pedro Pimpão.
Srs. Deputados, equidade entre trabalhadores e sustentabilidade no tempo das medidas tomadas são
critérios que obrigam a considerar em conjunto as carreiras similares. Nessa base, a recuperação dos nove anos
custaria, em velocidade de cruzeiro, e como consta também do relatório da UTAO, 800 milhões de euros por
ano. Essa medida representa, em cada ano, sete vezes o custo da medida dos passes sociais e cinco vezes o
custo da medida dos manuais escolares para todos, medidas que a direita tanto criticou.
Há quem diga: «mas não há aumento da despesa este ano, porque o Governo já prevê os quase três anos».
Errado! O diploma do Governo é de aplicação faseada, enquanto a aplicação universal a 1 de janeiro passado
implica antecipação de despesa.
Por que razão não aplicamos a mesma solução dos Açores e da Madeira? Porque as Regiões Autónomas
não têm responsabilidade financeira pelas outras carreiras especiais nem pelas aposentações e, portanto, o
impacto financeiro não é comparável.
Aplausos do PS.
Aos que dizem «pagam para o ano o compromisso assumido este ano», nós respondemos que isso é uma
tremenda irresponsabilidade.
A verdade, pura e dura, é que os portugueses têm razões para confiar em quem fez estas contas, porque
são os mesmos que fizeram as contas que permitiram reverter cortes, descongelar carreiras, aumentar pensões,
subir o salário mínimo e a base remuneratória da Administração Pública, ao mesmo tempo que se controlava o
défice e começava a reduzir o peso da dívida.
Aplausos do PS.
O Sr. Fernando Rocha Andrade (PS): — Muito bem!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Srs. Deputados, o Dr. Rui Rio confirmou ontem a nossa leitura: o PSD quer
financiar a sua medida despedindo professores, como já fizeram a dezenas de milhares no passado.
Aplausos do PS.
Confirmando que está perdido no seu labirinto, o Dr. Rui Rio diz que «é impossível fazer as contas» — por
que razão é que não vai dizer isso à UTAO agora?! —, mas isso apenas quer dizer que Rui Rio não fez as
contas e isso talvez explique a dose letal de irresponsabilidade que assumiu neste processo.
Risos do Deputado do PS Fernando Rocha Andrade.
Mas, verdadeiramente, o Dr. Rui Rio tem-se revelado aos portugueses nestes últimos dias. Para disfarçar as
trapalhadas em que se meteu, afirma, contra aquilo que todos puderam ver, que não houve votação nenhuma.
Mas houve! Diz que se tivesse havido uma votação na comissão teriam votado contra.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr. Deputado.
O Sr. Porfírio Silva (PS): — Vou contar com a sua tolerância, tal como teve com o PSD, Sr. Presidente.
Mas houve votação e a Vice-Presidente da sua bancada veio, no fim, ufana, declarar tratar-se «de um
processo onde o PSD se orgulha de ter sido o partido fundamental para uma solução responsável e correta».
Aplausos de Deputados do PS.