9 DE MAIO DE 2019
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Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Ó Sr. Deputado!…
O Sr. Adão Silva (PSD): — Sr. Deputado, a seguir — veja bem! —, os senhores fizeram um decreto-lei que,
esse, sim, é uma enorme cambalhota, é uma pirueta, é o que quiserem! É enganar os professores!
O Sr. Porfírio Silva (PS): — É?!
O Sr. Adão Silva (PSD): — Serviram-se dos professores, chantagearam os professores!
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Entramos, agora, no segundo grupo de questões ao Sr.
Deputado Adão Silva.
O primeiro pedido de esclarecimento cabe à Sr.ª Deputada Heloísa Apolónia, de Os Verdes.
Tem a palavra, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Deputado Adão Silva, acho que chegou mesmo a altura de
falarmos de forma clara e o PSD não está a falar de forma clara. Se o Sr. Deputado não gosta das expressões
«cambalhota» ou «pirueta», vamos usar uma outra expressão que, creio, corresponde em muito à verdade. O
Sr. Deputado não pode esperar que passe despercebido — vá lá — o trambolhão que o PSD está a dar. Talvez
esta expressão até seja mais adequada à realidade.
Repare, Sr. Deputado, desde a votação na Comissão de Educação até sábado, nas palavras de várias
pessoas do PSD, o que foi aprovado era «bom», isto é, a contagem de todo o tempo de serviço, sem impacto
diferenciado relativamente ao que estava previsto no Orçamento do Estado para 2019 e o restante tempo de
serviço, para além dos 2 anos e 9 meses, negociado com os sindicatos. Esta era uma solução «boa», nas
palavras do PSD, mas, de repente, vem Rui Rio declarar que, afinal, aquilo parecia não ser assim tão bom e
que iriam reapresentar as propostas do PSD, para serem aprovadas, ou não, e poderem dar, então, o tal
trambolhão.
Sr. Deputado, é bem verdade que o Governo fez este ultimato por estratégia eleitoral. Todos sabemos isso!
Mas também é verdade que a reviravolta do PSD foi dada por estratégia eleitoral, e isso não é correto nem leal
para com os portugueses. Chega de estratégias eleitorais e vamos pôr-nos a mexer para resolver, efetivamente,
o problema das pessoas. E este problema tem, também, diretamente a ver com esta questão da contagem do
tempo de serviço, que os senhores, agora, querem contribuir para arredar.
O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — Vai, então, aprovar a nossa proposta?
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Se o Sr. Deputado não entende, nas suas próprias palavras, que
esta posição, por parte do PSD, é contraditória na sua substância, já não sei o que é que o PSD consegue,
efetivamente, entender.
Se o Sr. Deputado garante que o PSD vai manter a coerência na sua posição, só há uma coisa a fazer: votar
favoravelmente, no dia 10, no dia em que esta questão vier a Plenário, o texto que o próprio PSD também votou
na comissão. Isso é que é, efetivamente, coerência!
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.
A Sr.ª Heloísa Apolónia (Os Verdes): — Sr. Presidente, termino agora mesmo.
Já agora, gostaria de ouvir uma palavra do Sr. Deputado sobre esta questão: tem alguma lógica que, na
Madeira e nos Açores, os professores vejam contado todo o tempo de serviço e, no continente, se proceda a
esta discriminação?