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I SÉRIE — NÚMERO 83

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Disse, ainda: «Também garantimos que são contabilizados em 2019 os 2 anos, 9 meses e 18 dias. Em

relação ao restante tempo, ficou consagrado o que consideramos mais correto: a negociação entre as partes.

Infelizmente, os critérios de sustentabilidade e saúde financeira foram chumbados. De qualquer forma, a nossa

votação permitirá que o Governo vá para a negociação com todos os graus de liberdade». Tudo como se

estivesse feito, consagrado e assumido.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem de terminar, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — A verdade é que, como o Sr. Deputado aqui disse, os dados da UTAO

desmentem a ideia de que a proposta aprovada, não aquela inventada, a aprovada, seja insustentável. Os dados

da UTAO retiram qualquer argumento do PSD e do CDS para recuar e dar a palavra dada aos professores por

não dada, exceto um: a verdade é que ficaram, e continuam, reféns da ameaça de demissão do Governo e por

isso ficaram reféns da ficção e da falsidade dos números de Mário Centeno.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.

A Sr.ª Joana Mortágua (BE): — Mudaram de posição e a única pergunta que coloco é a de saber se ainda

se arrependem a tempo de salvaguardar a palavra dada aos professores.

Aplausos do BE.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para pedir esclarecimentos, tem a palavra o Sr. Deputado

Porfírio Silva.

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Sr. Presidente, Sr. Deputado Adão Silva, não lhe vou fazer nenhuma pergunta

sobre o que pensa o PSD votar na próxima sexta-feira, porque nunca se sabe quantas vezes vão ainda mudar

de posição até lá. Portanto, guardamos para sexta-feira para saber isso.

Aplausos do PS.

Uma coisa lhe posso dizer: o PS não vai acompanhar a cambalhota do PSD, esteja descansado!

Protestos do PSD.

Sr. Deputado, o seu discurso é o ressuscitar do discurso antiparlamentarista do PSD, que considera ilegítima

a maioria parlamentar, que considera ilegítimo um Governo que passou com o apoio da maioria parlamentar.

O Sr. João Paulo Correia (PS): — Bem lembrado!

O Sr. Porfírio Silva (PS): — Portanto, pergunto-lhe: tem algum critério melhor para o funcionamento de um

Parlamento do que seja o critério das votações por maioria? Tem algum critério melhor?

Também lhe pergunto o seguinte: veio aqui chorar lágrimas de crocodilo pelos professores e pelos parceiros

do Partido Socialista, neste Parlamento. O Sr. Deputado está tão preocupado com os professores como está

preocupado com os nossos parceiros de maioria? É que isso diria tudo sobre a sua real preocupação com os

professores!

Mas, sobre esta matéria, gostaria ainda de lhe perguntar o seguinte: o Sr. Vice-Presidente do PSD, Prof.

David Justino, muito oportunamente, escreveu, hoje, um artigo no Público, onde confirma completamente aquilo

que nós, e eu próprio, dissemos nesta Câmara, desde o primeiro debate desta apreciação parlamentar, sobre o

que o PSD realmente queria fazer com as propostas que apresentou. Diz o Prof. David Justino que há

professores a mais, critica o número diminuto de alunos por turma, critica a gratuitidade dos manuais escolares

e promete mais uma série de maldades que os senhores, certamente, gostariam de voltar a fazer.