I SÉRIE — NÚMERO 89
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responsabiliza o Tribunal de Contas por atrasos na preparação que são da sua responsabilidade, sobretudo por
incompetência de gestão.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — Tem agora a palavra, pelo Governo, o Sr. Secretário de Estado da Proteção Civil, José
Artur Neves.
O Sr. Secretário de Estado da Proteção Civil (José Artur Neves): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados:
Obrigado pela oportunidade que nos dão para falarmos do SIRESP, desta rede robusta do Estado. É importante
clarificar, neste debate, algumas ideias erradas que sobre o SIRESP se vêm instalando na opinião pública e que
vêm muito, também, daquilo que aqui ouvimos.
É importante dizer que uma primeira ideia errada que sempre transparece é a de que a rede SIRESP é só
para fogos. Nada mais errado! Há cerca de 40 000 utilizadores que diariamente usam esta rede, distribuídos por
mais de 125 entidades, a que se somam os operacionais de 433 corpos de bombeiros, processando mais de 35
milhões de chamadas por ano, ou seja, cerca de 3 milhões de chamadas por mês. No ano passado, o incremento
da circulação de chamadas pelos fogos, durante o verão, foi de apenas mais 8,9% do número de chamadas,
comparando com a média dos meses desde janeiro até dezembro.
A segunda ideia errada sobre o SIRESP — ouvi-a aqui, como se ouve muitas vezes — é a de que é uma
rede desatualizada. Nada mais falso! São 35 os países na Europa que usam a tecnologia TETRA (Terrestrial
Trunked Radio) como tecnologia para comunicações de emergência e segurança; Portugal tem a rede TETRA
mais moderna entre todos, em software e em hardware.
A rede SIRESP suporta vários modos de comunicação, com comunicações seguras e encriptadas,
nomeadamente com chamadas privadas, chamadas de grupo e de forma direta via rádio. Permite enviar
mensagens de texto e ter um serviço de georreferenciação através do sistema SIRESP-GL, que introduzimos
no ano passado, permitindo aos comandantes ter a georreferenciação de todos os operacionais nas operações.
Permite, ainda, que um operacional em dificuldades possa carregar no botão de socorro e, de imediato, ser
atendido e socorrido.
A terceira ideia errada sobre o funcionamento do SIRESP é a de que é uma rede que tem falhas.
Em 2018, o Governo instalou, nas 451 antenas da rede SIRESP distribuídas pelo País, todos os sistemas de
redundância via satélite e ainda todas as condições para que, em menos de 6 horas, precisamente no período
em que a bateria tem capacidade para ter energia, lhes chegue um gerador que os abasteça de energia.
Os melhores exemplos foram no ano passado, no incidente de Monchique e no furacão Leslie, em que o
serviço funcionou com 100% de disponibilidade, sem falhas ou interrupções. Mais de um milhão de chamadas
foram processadas, todas as redes comerciais falharam e a rede SIRESP manteve-se operacional.
É, pois, este conjunto de ações que se tem realizado e que nos permite transmitir aos portugueses que temos
uma rede robusta, segura, capaz. Por isso, é de transmitir a todos, claramente, que esta rede permite diferentes
modos de comunicação e diferentes serviços, que suportam diariamente a atividade operacional dos serviços
do Estado. É uma rede de comunicações de emergência resiliente, robusta e que assegura a segurança dos
portugueses.
Nas reuniões do ano passado e deste ano do Conselho de Utilizadores, não se registou uma única falha,
nenhuma queixa, apenas o registo, nomeadamente da Associação Nacional de Municípios, de uma solicitação
para que, rapidamente, se desse certificação a mais câmaras municipais para usarem a rede SIRESP.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Não sei se o PSD quer usar o tempo de que ainda dispõe. De contrário, passamos à
fase final do debate.
Pausa.
Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Marques.