30 DE MAIO DE 2019
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Tal como referido ontem, em sede de 1.ª Comissão, pelo Sr. Ministro da Administração Interna, têm ocorrido
reuniões muito produtivas do conselho de utilizadores da rede SIRESP, os quais têm vindo a reconhecer a
capacidade operacional do sistema, que veio colmatando as falhas que ficaram evidentes nos incêndios de 2017
mas que em 2018 foram, de facto, resolvidas com as soluções de redundância que acabei de referir.
É do domínio público, obviamente, que existem problemas jurídicos e contratuais, que estão em vias de ser
resolvidos porque a segurança dos portugueses tem de ser sempre uma prioridade — e é! — para este grupo
parlamentar e para o Governo.
Igualmente a Altice veio dizer e garantir que a segurança da rede nunca será posta em causa.
É ainda importante conhecer a avaliação técnica ao SIRESP, que foi encomendada pelo Governo a uma
entidade independente, cujo relatório será apresentado em breve aqui, na Assembleia da República, tal como
foi ontem também referido, e neste grupo parlamentar preferimos sempre decidir de forma fundamentada do
que nos precipitarmos em soluções que não estão alicerçadas no conhecimento.
As negociações sob a égide do Ministério das Finanças estão a decorrer, revestem-se de caráter de urgência,
como sabemos, e têm um grande objetivo, que é o de garantir a permanência da segurança que o SIRESP traz
ao sistema nacional e à Proteção Civil e assegurarem a natureza pública da rede. É nisso que estamos
apostados. O Estado tem de ter um papel decisivo e de controlo e é esse o caminho que estamos a procurar e
que queremos, seguramente, garantir e depositamos confiança nesse processo negocial que está em curso.
Tal como referido no último debate quinzenal — e estamos a falar do SIRESP mas também da época de
combate a incêndios —, é bom recordar que estamos a fazer um investimento significativo nos três pilares da
Proteção Civil que mudou o sistema que tínhamos, um sistema que estava muito centrado no combate, onde
convivíamos com um território negligenciado e onde os comportamentos de risco abundavam, o que exigia uma
mudança de modelo e uma reforma sistémica. Pois é isso que estamos a fazer.
O paradigma começou a mudar, desde logo, com a reforma da floresta, que arrancou em 2016 e continua a
consolidar-se: na área da prevenção, vigilância e fiscalização afetou-se dois terços do reforço orçamental de
212 milhões de euros, limpando terrenos de forma crescente, com uma rede alargada de postos de vigia e com
vídeo vigilância florestal que irá cobrir 70% do território; na sensibilização e autoproteção das populações e na
frente do investimento e no reforço do combate, com mais meios humanos na GNR, na Autoridade Nacional de
Proteção Civil, mais 200 guardas florestais e 500 equipas de sapadores florestais, e mais equipamentos e
viaturas, um dispositivo de combate a incêndios que irá contar com o maior número de sempre de meios
envolvidos em todas as fases do empenhamento, com destaque para o reforço de efetivos, viaturas e meios
aéreos nos meses de maio a outubro.
O Sr. Presidente: — Sr.ª Deputada, peço-lhe para concluir.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — Concluo já, Sr. Presidente.
Está a decorrer, em Lisboa, a IV Conferência Europeia de Adaptação às Alterações Climáticas onde se
discutem também os fogos rurais e a incorporação e inovação científica.
O Sr. Presidente: — Muito obrigado, Sr.ª Deputada.
A Sr.ª Susana Amador (PS): — É um debate e uma causa que nos convoca e as novas gerações já nos
disseram que é necessário agir de forma diferente. É necessário agir já e agora e é isso que estamos a fazer.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Jorge Machado, do PCP.
O Sr. Jorge Machado (PCP): — Sr. Presidente, Sr. Secretário de Estado: Quando falamos do SIRESP
importa clarificar que falamos do sistema de comunicações de emergência para todas as forças e serviços de
segurança e falamos de uma rede de comunicações que serve também aquilo que é toda a proteção civil do
nosso País.