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1 DE JUNHO DE 2019

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O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do CDS-PP.

Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães.

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, o discurso que aqui nos trouxe seria até

um discurso não diria simpático, para não o ofender,…

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Mas foi simpático!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … mas, com alguma simpatia, diria responsável. Seria um discurso

responsável e realista, sobretudo, se fosse feito no dia 31 de maio de 2016. Eu perceberia isso vindo do Sr.

Ministro recém-chegado ao Governo. Perceberia que fizesse o diagnóstico que fez, apontando os problemas

que apontou, e até, num ato de humildade, pedisse desculpa.

O problema, Sr. Ministro, o seu problema, o vosso problema é que estamos no dia 31 de maio de 2019,

depois — deixe-me que lhe diga — de quatro anos de Governo, depois de quatro anos desta maioria PS, PCP,

Bloco e Partido Ecologista «Os Verdes», depois de quatro Orçamentos do Estado aprovados e depois de o Sr.

Primeiro-Ministro ter decretado, mais coisa menos coisa, não foi no dia 31 de maio, mas um pouco antes, o fim

da austeridade. E, Sr. Ministro, hoje, tem de reconhecer que o propalado e alegado fim da austeridade,

manifestamente, não chegou ao setor dos transportes. Não chegou, Sr. Ministro!

A expressão que mais foi aqui utilizada foi «isto não é de hoje». Pois não é! Sejamos sérios: pois não é de

hoje, Sr. Ministro! Mas o que é de hoje são as pessoas que não vão trabalhar porque não têm barcos para as

transportar, pessoas que dormem no cais porque não conseguem regressar a casa, pessoas que desmaiam nos

locais por estarem 4, 5, 6 horas à espera para embarcar,…

O Sr. Emídio Guerreiro (PSD): — É bem verdade!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … ou até forças de segurança que têm de intervir face ao desespero,

compreensível, de resto, das pessoas. Isto é de hoje, não é de 2011, não é de 2012, não é de 2013, não é de

2014, isto é do seu Governo e da sua maioria. E os senhores, em vez de resolverem o problema — o que, de

resto, é muito elucidativo desta maioria e deste Governo —, anunciaram uma medida, que é boa, repito, que é

boa, que é a redução do valor dos passes sociais,…

O Sr. Heitor de Sousa (BE): — Vocês votaram contra!

O Sr. Bruno Dias (BE): — Já é normal os senhores votarem contra medidas boas!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — … que, obviamente, iria aumentar, e bem, a procura, sem cuidar de

algo muito simples, que é a oferta.

Eu sei que o Sr. Ministro e a maioria que o apoia não é muito adepta das leis do mercado…

O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Eu?!

O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Não, Sr. Ministro, a maioria que o apoia. Sei, Sr. Ministro, que a maioria

que o apoio não é muito adepta das leis da oferta e da procura. Mas isto é básico: se os senhores promovem a

procura numa medida que, repito, é boa, para que não fiquem dúvidas, obviamente que a procura aumenta. E

o que fizeram? Cuidaram de aumentar a oferta? Não, não cuidaram!

Sr. Ministro, o problema é este: quatro anos depois de cativações de Mário Centeno, há, neste momento,

cerca de 40 supressões feitas pela Soflusa. O que faz o Governo? Pede desculpa, o que é um ato humilde, mas

o que faz na prática para mudar esta situação? Contrata dois mestres. E é assim que se instala o caos em

Cacilhas, no Barreiro e no Seixal!

A minha pergunta — e vou terminar, Sr. Presidente — é óbvia:…