I SÉRIE — NÚMERO 91
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Fizemos um conjunto de opções fundamentais para que o povo português ao fim de anos tão duros se
sentisse respeitado, considerado, dignificado. Foi isso que fizemos, o que me leva, Sr.ª Deputada Fátima Ramos,
a ter muito orgulho em fazer parte deste Governo desde 2015.
Pouco me interessa voltar ao debate, voltar sempre ao mesmo pingue-pongue: «Ah, nós não fizemos porque
os senhores deixaram o País na bancarrota». Foi com muito interesse que, ouvindo aqui, por exemplo, aquelas
mentiras que se tornam verdade e em que os senhores iam dizendo: «Porque são responsáveis por três
bancarrotas» — eu, às vezes, ficava a pensar em que escola é que aprenderam a história da democracia
portuguesa —, ou até no que diz respeito aos últimos quatro anos em que tiveram de resolver os problemas do
País… Que problemas? É porque, na altura, os portugueses ficaram a viver pior, as empresas faliram, os
portugueses perderam o emprego e, pasme-se, foi tudo feito em nome da dívida pública. E o que é que
aconteceu em 2015 quando nós entrámos no Governo? Tínhamos uma dívida pública mais alta.
Aplausos do PS.
Protestos do PSD e do CDS-PP.
Os senhores acham que temos medo de fazer este debate, mas nós não temos medo.
Não deixa de ser interessante, porque os senhores, depois, fazem umas explicações simples «Ah, porque
os senhores tiveram de contratualizar um empréstimo de 70 000 milhões», sem perceberem que esse
empréstimo existiu para substituir dívida, o que quer dizer que a resposta que os senhores deram durante quatro
anos fracassou e ainda não perceberam. Como ainda não perceberam, continuarão a ter a resposta que os
portugueses vos têm dado. Não perceberam! Não perceberão nunca!
Aplausos do PS.
Protestos do PSD.
E dizem mais: «Ah, mas os senhores prometeram virar a página da austeridade». Como é que os senhores
fazem esse exercício? Ora bem, virar a página da austeridade tem de ser agora, o dinheiro a jorrar e há dinheiro
para tudo, deixa de haver problemas no momento zero.
A honestidade na vida política, os compromissos que assumimos implica, que, de facto, tenhamos virado a
página da austeridade naquilo que é fundamental para o povo português.
O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, já ultrapassou o tempo de que dispunha.
O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — São 10 minutos, Sr. Presidente.
Pausa.
Peço desculpa, Sr. Presidente. De facto, o tempo está esgotado. Eu estava confuso.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Estava a tocar Vangelis!
O Sr. Ministro das Infraestruturas e da Habitação: — Não, não. Não é a tocar Vangelis.
Srs. Deputados, se nós não quisermos cometer os mesmos erros que cometemos no passado, temos de
estar conscientes daquilo que aconteceu e, na realidade, fomos sempre ouvindo, desde 2011, com
responsabilidade nossa também, a passarem um discurso falso sobre o que aconteceu em Portugal.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe para concluir, Sr. Ministro.