I SÉRIE — NÚMERO 91
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O Sr. Paulo Trigo Pereira (N insc.): — Sr. Presidente, Srs. Deputados e Sr.as Deputadas: Podemos discutir
este projeto de lei num âmbito mais vasto, ou seja, as alterações às remunerações dos Deputados, ou mais
restrito, ou seja, se se dá ou não resposta aos problemas específicos que se querem resolver.
Começando pelos aspetos gerais, aquilo que deveríamos estar a discutir era o regime remuneratório dos
Deputados na sua globalidade e não apenas a questão dos subsídios. Como quase todos sabemos, a
coexistência de subsídios com despesas de representação e uma remuneração base é uma forma de se
aumentar a remuneração total de forma menos transparente. Isto acontece com os Deputados como com várias
categorias profissionais na Administração Pública.
Na filosofia de base do sistema remuneratório dos Deputados, esta proposta não mexe, nem toca num ponto
para mim essencial: o pequeno subsídio de exclusividade para os Deputados que exercem esta como sua única
função, ou seja, o pequeno incentivo para aqueles que estão dispostos a abdicar de outras funções para se
dedicarem exclusivamente aos trabalhos parlamentares. Em resumo, esta proposta não resolve os problemas
estruturais que existem no sistema remuneratório dos Deputados. Não era esse o seu objetivo, é certo, mas é
uma pena que não se tenha aproveitado a oportunidade.
Finalmente, no que toca aos problemas que quer resolver, há algumas inconsistências. Passamos a ter
normas remuneratórias em dois diplomas distintos, quando antes elas estavam concentradas num só. Há,
porém, alguns avanços de clarificação em relação à situação atual, dos quais registo os seguintes: passa a ser
obrigatória a confirmação da realização de uma viagem para o respetivo abonamento e parte dos subsídios
recebidos passam a ser englobados para efeitos de tributação em sede de IRS.
A proposta que hoje discutimos sobre o regime de subsídios de apoio à atividade política dos Deputados é
subscrita por todos os grupos parlamentares, pelo que presumo que seja o mínimo denominador comum das
posições dos vários partidos. Dado o empenho que o Sr. Presidente e o Sr. Vice-Presidente colocaram nesta
legislação e considerando o progresso legislativo — ténue, é certo —, não será por mim que a unanimidade será
prejudicada.
O Sr. Presidente (Jorge Lacão): — Sr.as e Srs. Deputados, chegámos ao final deste debate.
Vamos preparar-nos para o momento regimental das votações, pelo que peço aos serviços que ativem o
sistema de registo eletrónico dos Srs. Deputados.
Pausa.
Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
Sr.as e Srs. Deputados, o quadro eletrónico regista 208 presenças, às quais se acrescenta mais a do Sr.
Deputado Carlos Silva, do PSD, perfazendo um total de 209 Deputadas e Deputados presentes, pelo que temos
quórum para proceder às votações.
Começamos por votar o Voto n.º 835/XIII/4.ª (apresentado pelo PAN e subscrito por Deputados do PS e do
PSD) — De louvor à atleta de bodyboard Joana Schenker.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Votamos, agora, o Voto n.º 836/XIII/4.ª (apresentado pelo PAN e subscrito por Deputados do PS) — De
louvor à atleta de surf adaptado Marta Paço.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.
Vamos votar o Voto n.º 837/XIII/4.ª (apresentado pelo CDS-PP e subscrito por Deputados do PS) — De
louvor à surfista Marta Paço e outros atletas portugueses que participaram no Eurosurf Adaptive 2019.
Submetido à votação, foi aprovado por unanimidade.