14 DE JUNHO DE 2019
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Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Lima Costa (PSD): — Aos que não cumprem, as autoridades, naturalmente, devem atuar.
Mas se querem insinuar que a legislação laboral em vigor não serve esses trabalhadores, porque não mudaram
a lei nos últimos quatro anos?
Vozes do PSD: — Muito bem!
O Sr. António Lima Costa (PSD): — Podiam fazê-lo, isso esteve nas vossas mãos!
Acusam os empresários agrícolas de localizarem estabelecimentos de transformação de produtos e
subprodutos de culturas perto de áreas habitacionais. Aos que não estão licenciados, as autoridades que atuem,
claro. Mas, se querem insinuar que a legislação do licenciamento industrial está mal feita, que não serve as
populações, porque não mudaram a lei nos últimos quatro anos? Isso esteve nas vossas mãos!
É por toda esta falta de bom senso e de seriedade que não se percebem as motivações deste debate, que
são apenas motivações de ordem ideológica.
Protestos do Deputado de Os Verdes José Luís Ferreira.
O que está aqui verdadeiramente em causa é o habitual ataque à iniciativa privada, que leva a cabo uma
missão — essa sim, patriótica — de modernização e competitividade da nossa agricultura num contexto
internacional. É assim no azeite, nos frutos secos, no vinho, nos pequenos frutos, na maçã, na pera, nos
hortícolas ou na carne suína.
O que está aqui verdadeiramente em causa, Sr.as e Srs. Deputados, é o habitual ataque aos agricultores
mais dinâmicos que, contra ventos e marés, dão um enorme contributo para a coesão territorial e para o
crescimento económico do País, criando riqueza para redistribuir e assim melhorar o nível de vida dos
portugueses.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente: — É a vez do Grupo Parlamentar do PS.
Tem a palavra o Sr. Deputado Norberto Patinho.
O Sr. Norberto Patinho (PS): — Sr. Presidente, Sr. Ministro, Srs. Secretários de Estado, Srs. Deputados, o
regadio tem sido uma das respostas mais positivas na luta travada pela coesão territorial e pelo desenvolvimento
do interior, criando condições favoráveis à fixação de pessoas e assegurando uma nova vitalidade e uma
prosperidade sustentável.
Dezassete anos depois do encerramento das comportas e do início do enchimento da albufeira, a barragem
de Alqueva vê hoje confirmada a sua principal função de reserva estratégica de água e tem sido nos períodos
de seca que Alqueva tem mostrado a sua principal virtude.
Alqueva superou todas as melhores expectativas, com um forte impacto na agricultura e no regadio.
Em paralelo com os bons resultados atingidos, tem-se criado em torno das culturas do regadio e, em
particular, do olival um alarmismo injustificado e não comprovado, que coloca em causa o contributo que esta
nova realidade tem dado à dinamização da agricultura, ao desenvolvimento da região e também no combate às
alterações climáticas.
O Alentejo representa um terço do território nacional e tem uma área total superior a 3 milhões de hectares.
A floresta representa cerca de metade da área, correspondendo cerca de 42% ao sistema de montado. Alqueva
irriga, atualmente, cerca de 120 000 ha, ocupando o olival uma área de 52 000 ha, menos de 1,5% da área do
Alentejo.
É verdade que, num quadro de aumento substancial da área de regadio, houve alterações da paisagem
agrícola, mas é uma realidade inquestionável que esta mudança foi determinante na fixação de pessoas no
território, gerando emprego e criando riqueza. É comparar o desemprego na região há 10 anos e agora. É