27 DE JUNHO DE 2019
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Finanças Públicas disse-o no mês passado. Ora, estão, claro, todos enganados, porque o Governo nega e o
Governo é que sabe!…
Afinal, é o mesmo Governo que diz que a culpa das filas para o cartão do cidadão é das pessoas, porque se
não houvesse pessoas não havia filas, e esta é uma lógica imbatível!…
O Sr. Ministro dirá: «Fizemos muito pela sustentabilidade, porque o crescimento económico tem, de facto,
possibilitado saldos positivos no sistema». Muito bem, vamos então ser sérios!
O Sr. João Oliveira (PCP): — Agora é que vai começar!
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — O Sr. Ministro foi quem, de facto, mais tempo ocupou este cargo. Sabe
que o sistema público de segurança social está condicionado a variáveis que não são controláveis,
nomeadamente ao ciclo longo da demografia ou mesmo ao crescimento económico, de que tem vindo à boleia.
Basta ver que previam no Orçamento do Estado um crescimento de 2,2%, já revisto em baixa, tendo o Banco
de Portugal vindo falar de 1,7%.
Em todo este tempo que esteve nessas funções, o Sr. Ministro já viu, naturalmente, altos e baixos — baixos
como os primeiros défices do sistema previdencial. Nesses momentos baixos o Sr. Ministro agiu: cortou. É que
a nossa memória, Sr. Ministro, não começa apenas em 2011.
Acresce que o vosso relatório sobre a sustentabilidade da segurança social diz que o sistema previdencial
entrará em falência, na melhor das hipóteses, em 2030, ou seja, daqui a 11 anos.
Protestos do PS.
Segundo as vossas contas, alguém com 55 anos hoje já não teria pensão de reforma vinda do sistema.
Não importa, Sr. Deputado, se é mais um ano, cinco anos ou dez anos. Estes consecutivos prazos de
validade – e isto diferencia-nos – não são passíveis de resignação para um agente político. É, sim, necessária
uma reforma profunda e sustentada do sistema de segurança social.
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Sr.ª Deputada, tem de terminar.
A Sr.ª Joana Barata Lopes (PSD): — Sr. Presidente, termino, dizendo que esta reforma tem de garantir as
pensões de hoje e as do futuro com o justo equilíbrio da relação custo/benefício para todos os que contribuíram
antes, que contribuem agora e que contribuirão no futuro.
O Sr. Ministro continua a negar essa necessidade e foi chumbando todas as propostas de transparência, de
sustentabilidade e de prestação de contas. Pergunto, então: o que fez para precaver os momentos baixos, que,
aliás, já experienciou?
Aplausos do PSD.
O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Tem, agora, a palavra a Sr.ª Deputada Rita Rato, do Grupo
Parlamentar do PCP.
A Sr.ª Rita Rato (PCP): — Obrigada, Sr. Presidente.
Sr. Presidente, Srs. Deputados, Sr. Ministro, de facto, quando ouvimos o PSD e o CDS falarem de
preocupações com a segurança social sabemos bem aquilo que querem, aquilo que fizeram e a importância
daquilo que foi interrompido, Sr. Ministro.
O Sr. João Oliveira (PCP): — Muito bem!