29 DE JUNHO DE 2019
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Por isso, o combate à precariedade, nesta área, tem de ser visto quer em termos do Programa de Estímulo
ao Emprego Científico, quer em termos do próprio PREVPAP.
O Sr. Luís Monteiro (BE): — É só cumprir a lei!
O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — No âmbito do PREVPAP, que é uma
componente importante, importa dizer que: em termos de funcionários não docentes e não investigadores,
tivemos 1296 regularizações; no caso dos docentes, foram 142 regularizações, correspondentes a 98% das
situações em efetivo incumprimento dos estatutos da carreira; e, no caso dos investigadores, foram 170,
correspondentes a 17%, porque a maior parte dos requerimentos foi suportada através do Programa de Estímulo
ao Emprego Científico.
É verdade, confirmo, que tem sido uma preocupação diária, minha e do Governo, a conclusão deste
processo, porque sabemos que ele é complexo e que, neste momento, existem ainda atas que têm de ser
aprovadas por vários atores. Por isso, o nosso compromisso é firme quanto à conclusão deste processo. No
entanto, o combate à precariedade não fica limitado ao PREVPAP. O combate à precariedade na ciência e no
ensino superior foi efetivo com o cumprimento integral da meta de mais de 5000 contratos durante esta
Legislatura.
O Deputado Luís Monteiro fez uma intervenção particularmente importante sobre o futuro. Essa foi a reflexão
que o Governo fez, nomeadamente no Conselho de Ministros de 15 de fevereiro de 2018, quando publicou a
resolução sobre a Estratégia de Inovação 2018-2030.
Hoje, temos a confiança que os números nos mostram: em 2016, 2017 e 2018, a despesa global aumentou
519 milhões de euros e, em nenhum destes anos, o efetivo aumento foi inferior a 150 milhões de euros, tendo
variado entre 150 e 190 milhões de euros. Por isso, a questão que se coloca para 2030 é que, se Portugal
continuar com estes níveis de crescimento na próxima década, conseguiremos chegar aos 3% do PIB,
felizmente, aumentando também o PIB. A questão é que, na história dos últimos 20 ou 30 anos do
desenvolvimento científico,…
Entretanto, reassumiu a presidência o Presidente, Eduardo Ferro Rodrigues.
O Sr. Presidente: — Peço-lhe que conclua, Sr. Ministro.
O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — … nunca tivemos 10 anos consecutivos de
crescimento.
Quero ainda responder, brevemente, à Deputada Ana Rita Bessa, do CDS, sobre os critérios da avaliação.
Antes de mais, a avaliação não é feita pelo Governo e, ao contrário do que a Deputada Ilda Novo disse, as
estatísticas não são publicadas pelo Governo.
O Sr. Presidente: — Sr. Ministro, peço-lhe que conclua. Terá tempo para responder durante a fase de
encerramento do debate.
O Sr. Ministro da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior: — Termino já, Sr. Presidente.
A avaliação tem três critérios claros, em relação à qualidade e ao mérito científico e internacional, ao mérito
dos próprios investigadores e à adequação do plano, sendo os objetivos da avaliação determinados
exclusivamente em função daquelas que são, hoje, as melhores práticas europeias.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Sr.as e Srs. Deputados, vamos passar à fase de encerramento do debate.
Para intervir em nome do Grupo Parlamentar do PS, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Pereira.
O Sr. Carlos Pereira (PS): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados: O economista Schumpeter deixou-nos,
já em meados do século XX, uma tese que se tornou clássica e que tem servido, até hoje, para ajudar a explicar