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I SÉRIE — NÚMERO 104

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O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para uma intervenção, em nome do Grupo Parlamentar do

CDS-PP, tem, agora, a palavra o Sr. Deputado Telmo Correia.

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr.as e Srs. Deputados, começaria por dizer que o Partido

Socialista termina exatamente onde começou e onde sempre esteve: encerrar, encerrar, encerrar, encerrar, se

possível, não falar mais sobre Tancos!

Aplausos do CDS-PP.

Mas não é assim, Sr. Deputado. Em primeiro lugar, não é para encerrar e, em segundo lugar, queria dizer-

lhe o seguinte: nós não prestigiamos as Forças Armadas, nem o Exército, nem instituições tão importantes,

escondendo, omitindo e diluindo aquilo que são responsabilidades óbvias e evidentes. Não é assim!

Diz o Sr. Deputado — e começou por aí — que havia conclusões preconcebidas. Quer que eu lhe fale de

conclusões preconcebidas? O Partido Socialista, ainda a Comissão de Inquérito não tinha iniciado os seus

trabalhos, disse: «não há responsabilidades políticas». O Partido Socialista, concluídos os trabalhos da

Comissão de Inquérito, diz: «não há responsabilidades políticas». Ou seja, se alguém tem conclusões

preconcebidas nesta matéria é, obviamente, o Partido Socialista.

Vozes do CDS-PP: — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — Ao contrário daquilo que aqui disse o Relator, este não é o Relatório do

Parlamento ou da Comissão. Nós votámos contra, o PSD votou contra!

Este Relatório constitui as alegações de defesa do Governo e do Partido Socialista. É, de facto, perante isto

que estamos, aqui e hoje, nesta Câmara.

O Sr. João Rebelo (CDS-PP): — Muito bem!

O Sr. Telmo Correia (CDS-PP): — O Relatório tem uma orientação claríssima, ou seja, atribuir

responsabilidades aos militares, atribuir responsabilidades à PJM, diluir, branquear, lavar, tanto quanto possível

— não é Omo, como dizia o Deputado Ascenso Simões, é a maior branqueadora que este País conhece, que é

a chamada «máquina da geringonça» —, todas as responsabilidades políticas. A única coisa que tem de

responsabilidades políticas é aquilo que foi aqui dito e que é consensual: houve falha de investimento de vários

Governos. Falha de investimento de uns e de outros. Tudo bem, isso é consensual. A falha de denúncias dos

militares também é consensual, mas, depois, chegamos àquilo que foi lamentável e que, na minha opinião, foi

uma vergonha, ou seja, um ex-Chefe do Estado-Maior a atribuir responsabilidades pessoais a tenentes-generais,

quando eles se demitiram por razões éticas e, precisamente, por não concordarem com a tentativa de esconder

Tancos. A esse tenente-general, e refiro-me, obviamente, ao General Rovisco Duarte, ex-Chefe do Estado-

Maior, só faltou um louvor da parte do PS, quando a sua atitude foi lamentável. E os senhores, a maioria,

impediram que os tenentes-generais aqui viessem para, que mais não fosse, defender a sua honra militar. Foi

lamentável!

Protestos do Deputado do PS Diogo Leão.

Queria dizer-vos também que, em nossa opinião, o centro deste Relatório — e aí estava o coração das

nossas propostas — são as responsabilidades políticas. E vamos a factos, só a factos!

O que é que sabemos? Sabemos que a Polícia Judiciária Militar, liderada pelo Coronel Luís Vieira, teve uma

atuação que o Relatório tenta minorar e que, só depois da nossa insistência, classifica de forma clara como

tendo sido uma atuação ilegal, inaceitável, com um processo paralelo, com diligências que não podiam ter sido

feitas. Portanto, sabemos isso claramente e não há nenhuma dúvida.

O segundo facto que conhecemos, e que é da maior relevância, é que esta encenação — não foi um

achamento, Sr. Deputado Relator, pois ninguém tropeçou nas granadas, foi, sim, uma encenação! — foi relatada

ao Governo dois dias depois de ter ocorrido, repito, dois dias depois. Ocorreu em 18 de outubro e, no dia 20 de