I SÉRIE — NÚMERO 107
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contributo de Os Verdes, mas, Sr.ª Deputada, nunca estaríamos aqui, como estamos, se não fosse o Partido
Socialista a base fundamental deste Governo.
Aplausos do PS.
Como também a história não será reescrita, pois foi num governo do Partido Socialista que foi criado o Serviço
Nacional de Saúde, foi sempre nos governos do Partido Socialista que foi desenvolvido o Serviço Nacional de
Saúde e há de ser sempre nos governos do Partido Socialista que iremos continuar a desenvolver o Serviço
Nacional de Saúde.
Aplausos do PS.
Espero bem que em circunstância alguma a Sr.ª Deputada junte o seu voto ao do PSD e ao do CDS para
aprovar a lei de bases da saúde que já está consolidada no grupo de trabalho, mantendo em vigor a lei de 1990,
que promove a concorrência entre o setor privado e o setor público.
Aplausos do PS.
Quem quer defender o Serviço Nacional de Saúde público, universal e tendencialmente gratuito, só tem uma
coisa a fazer: não manter a atual Lei de Bases em vigor e aprovar uma nova lei de bases da saúde.
Aplausos do PS.
O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado Nuno Magalhães, do Grupo Parlamentar do CDS-PP.
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, assistimos a mais um capítulo
do País António Costa versus o País real, onde qualquer semelhança com a realidade é pura coincidência e
qualquer fim da austeridade, que mais uma vez anunciou, pura ficção.
Sr. Primeiro-Ministro, o País real, governado por António Costa, tem a carga fiscal máxima e os serviços
públicos mínimos. Refiro dois exemplos de que falou mas em que nada esclareceu: a saúde e os transportes.
Sr. Primeiro-Ministro, sobre a saúde, o País governado por António Costa tem os profissionais exaustos,
como nunca; mais dívidas aos hospitais, como nunca; cirurgias adiadas, como nunca; mais tempos de espera
para a realização de meios complementares de diagnóstico; mais equipamentos por substituir; mais hospitais
sem verbas para adquirir medicamentos; mais tempos de espera nos cuidados continuados e, mais grave, cada
vez mais tempo de espera para a primeira consulta.
Sr. Primeiro-Ministro, três exemplos: Vila Real, cirurgia vascular, 1053 dias de espera; Vale do Sousa,
cardiologia, 1048 dias de espera, Garcia da Horta, Almada, dermatologia, 865 dias de espera. Sr. Primeiro-
Ministro, isto é cumprir aquilo que prometeu? É o fim da austeridade, Sr. Primeiro-Ministro? É que o senhor
também prometeu que, no final da Legislatura, todos os portugueses teriam médico de família, mas, Sr. Primeiro-
Ministro, finda a Legislatura, há 740 000 portugueses sem médico de família, portanto, o senhor não cumpriu.
O Sr. Primeiro-Ministro: — Não, não!
O Sr. Nuno Magalhães (CDS-PP): — Assim como prometeu a construção de cinco novos hospitais —
Lisboa, Sintra, Évora, Madeira e Seixal — e, Sr. Primeiro-Ministro, quatro Orçamentos do Estado e nem um
hospital foi construído, zero, pelo que não pode vir aqui dizer que cumpriu aquilo que realmente não cumpriu.
O Sr. Primeiro-Ministro vai dizer — já sei! — que recrutaram mais pessoal, mais médicos. Sr. Primeiro-
Ministro, o senhor até pode ter mais gente, mas o que não tem é gente para cuidar da gente, para cuidar dos
doentes, e é aí que são precisos.
Aplausos do CDS-PP.