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11 DE JULHO DE 2019

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O Governo prometeu atribuir um médico de família a todos os portugueses. Por mais que tente negar, há

hoje quase 800 000 portugueses sem médico de família atribuído. Prometeu e não cumpriu!

O Sr. Primeiro-Ministro prometeu inaugurar em 2019 a nova ala pediátrica do Hospital de São João. Em 2019,

nem um tijolo! Prometeu e não cumpriu!

O Sr. Primeiro-Ministro prometeu não contratar mais médicos tarefeiros, recurso que criticava no Governo

anterior. O que é que o Sr. Primeiro-Ministro fez? Contratou ainda mais médicos tarefeiros! Prometeu e não

cumpriu!

O Sr. Primeiro-Ministro prometeu melhorar o acesso ao Serviço Nacional de Saúde. Nestes quatro anos, os

tempos de espera têm vindo sempre a agravar-se, seja para consultas, cirurgias ou exames, inclusive para

doentes com cancro.

Aliás, a Sr.ª Ministra da Saúde reconheceu que em relação a 30% dos doentes que morreram enquanto

estavam em lista de espera já tinham sido ultrapassados os tempos máximos de resposta garantidos. O Sr.

Primeiro-Ministro falhou aos portugueses!

O Sr. Primeiro-Ministro ainda prometeu devolver a paz social aos trabalhadores, mas temos cada vez mais

greves no setor. Ainda ontem, os sindicatos médicos acabaram por cortar relações com a Ministra da Saúde e

exigem reunir com o Primeiro-Ministro. É esta a oportunidade para lhes responder, Sr. Primeiro-Ministro. Diga-

nos: vai reunir com os médicos? O que tem para lhes oferecer?

Terminado o seu mandato, curiosamente, o falhanço da governação do Sr. Primeiro-Ministro é o seu maior

aliado. Repete as promessas feitas no passado — feitas, mas nunca cumpridas —, na esperança de enganar,

mais uma vez, os portugueses.

Não sei se será bem sucedido nesta sua tática política, Sr. Primeiro-Ministro, mas há uma coisa que sei: o

Sr. Primeiro-Ministro falhou enquanto líder do Governo, porque falhou na proteção da saúde dos portugueses.

Aplausos do PSD.

O Sr. Presidente (José de Matos Correia): — Para formular o último pedido de esclarecimento ao Sr.

Primeiro-Ministro, também em nome do Grupo Parlamentar do Partido Social Democrata, tem a palavra a Sr.ª

Deputada Clara Marques Mendes.

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — Sr. Presidente, Sr. Primeiro-Ministro, hoje, no debate do estado da

Nação, não podemos deixar de abordar um tema muito sério: o atraso da segurança social no pagamento das

pensões.

O PSD, já por diversas vezes e em diversos momentos, chamou a atenção para as dificuldades com que as

pessoas vivem devido ao atraso no pagamento destas pensões. Também a Sr.ª Provedora de Justiça esteve

aqui, no Parlamento, na semana passada, e voltou a dizer-nos, primeiro, que continuam a verificar-se os casos

de pessoas que desesperam com estes atrasos no pagamento das pensões…

O Sr. Adão Silva (PSD): — É verdade!

A Sr.ª Clara Marques Mendes (PSD): — … e, segundo, que as queixas dos pensionistas não param de

aumentar.

Por isso, pergunto-lhe, Sr. Primeiro-Ministro: acha admissível que uma pessoa que chega à idade da reforma,

peça a reforma e tenha de esperar um ano, um ano e meio e até dois anos para receber a pensão a que tem

direito?

Sr. Primeiro-Ministro, acha aceitável que uma pessoa tenha de pedir ajuda a familiares e amigos, porque o

Estado não lhe paga, a tempo e horas, aquilo a que ela tem direito?

Sr. Primeiro-Ministro, foi o senhor que disse aqui, no Parlamento, que esta situação estaria resolvida até

junho — e não esteve, Sr. Primeiro-Ministro!

Por isso, pergunto-lhe: como é que o Sr. Primeiro-Ministro se sente por, mais uma vez, ter faltado à verdade

aos portugueses?

Por fim, Sr. Primeiro-Ministro, pergunto-lhe se acha que este é o comportamento próprio de um Governo

decente e que se diz preocupado com os mais desfavorecidos.